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Itália reabre museus, cinemas e teatros mas alerta para ‘falso recomeço’

País flexibiliza medidas restritivas frente ao avanço da vacinação; Dinamarca e Israel adotam o 'coronapas' em instituições culturais

Por Tamara Nassif Atualizado em 27 abr 2021, 12h00 - Publicado em 27 abr 2021, 11h33

Um dos primeiros países a ser tomado pela pandemia e sede de alguns dos principais museus e monumentos do mundo, a Itália se tornou um reflexo da dificuldade de uma retomada segura do público e turistas a suas instituições culturais. Entre idas e vindas, que se mostraram constantes também em outras partes do mundo, o país deu início a uma nova política de reabertura de espaços culturais nesta segunda-feira, 26. A queda no número de casos de Covid-19 e o avanço no ritmo da vacinação permitiram uma flexibilização nas medidas de restrição nas “zonas amarelas”, regiões onde a pandemia tem demonstrado sinais de arrefecimento. Com isso, museus, cinemas, teatros, salas de concerto e restaurantes estão autorizados a voltar a funcionar com restrições de capacidade.

Dentre as mudanças, museus, galerias e sítios arqueológicos passam a exigir reserva prévia nos finais de semana como forma de conter o fluxo de visitantes. Antes, só podiam abrir em dias úteis. Já no caso de cinemas e teatros, só estão autorizados aqueles que funcionarem com 50% da capacidade de público. Em espaços fechados, não é permitida a presença de mais de 500 pessoas; em abertos, o número limite sobe para 1.000. A ideia é que haja uma “constante e gradual reabertura” das salas de exibição, de acordo com Luigi Lonigro, presidente de distribuidoras italianas. “Temos que lentamente ligar o motor do mercado de volta, com a esperança de que isso não seja um falso recomeço”, disse ele à agência local ANSA.

Para chamar o público de volta, cinemas apostam em exibir filmes vencedores do Oscar, com Minari – Em busca da felicidade e Mank tomando os cartazes. As medidas de segurança adotadas incluem compra antecipada de ingressos, assentos distanciados, obrigatoriedade do uso de máscaras e proibição de comes e bebes. Um toque de recolher das 22h às 5h permanece em vigor até o fim de maio e poderá ser mantido, em especial nos quentes meses de julho e agosto, à depender do cenário da pandemia – o que tem gerado discórdia entre parte da sociedade italiana.

Em outros locais de imunização avançada, como Israel e Dinamarca, o retorno à vida normal já pode ser visto no horizonte – mas os cuidados continuam. Como forma de reintroduzir as populações à vida pública, os dois adotaram uma espécie de “passaporte da vacina”, que permite acesso liberado de vacinados em determinados espaços. No caso dinamarquês, o “coronapas”, uma autorização disponível em formato digital e impresso, permite visitações em museus a partir da semana que vem, enquanto o israelense dá sinal verde para que acessem cinemas e casas de teatro, mas não para exposições.

“Queremos incentivar visitas de crianças e jovens”, diz Tania Coen-Uzziele, diretora do Museu de Arte de Tel Aviv, ao The Art Newspaper. Apesar de já ter vacinado mais de 60% da população, ainda não há doses em Israel para o público infantil. “Nós estamos muito restritos em relação à ocupação e não permitimos mais de 3.000 visitantes por dia.”

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Essa não é a primeira tentativa dos italianos à reintrodução de uma certa normalidade no mundo das artes: símbolo do lento e gradual processo de reabertura, a exposição que celebrava o aniversário de 500 anos da morte do pintor Rafael, na Scuderie del Quirinale, também ansiava por uma melhora na pandemia para voltar a abrir as portas – e conseguiu, em julho. As segunda e terceira ondas do coronavírus, no entanto, frearam a volta novamente. Que, dessa vez, o retorno à vida normal saia vitorioso.

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