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Jacquin: “Nunca mais assino uma carteira de trabalho”

Em entrevista a VEJA, o chef francês e jurado do MasterChef critica a legislação trabalhista brasileira e diz que quem inventou os cozinheiros foi o diabo

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jun 2017, 08h00 - Publicado em 24 jun 2017, 08h00

Em entrevista publicada nesta semana na seção das Páginas Amarelas de VEJA, o chef francês Erick Jacquin fala sobre as dificuldades que enfrentou na carreira após a falência de seu restaurante em São Paulo e sobre sua reinvenção como jurado do programa MasterChef Brasil – que na semana atingiu seu recorde de audiência na atual temporada, com 7 pontos no ibope, e garantiu a liderança da televisão aberta para a Band ao longo de parte de seu episódio semanal. “A falência foi o grande problema da minha vida, mas consegui virar a página: fechei meu restaurante e estou pagando tudo o que devo. Não tenho vergonha nenhuma. Hoje, sinto minha cabeça leve a esse respeito. Respondi a muitos processos trabalhistas, mas, graças a Deus, o sufoco já está acabando”, diz Jacquin. Ele também ataca a legislação trabalhista no Brasil, apontando-a como a grande vilã para empreendedores com seu perfil. “A legislação trabalhista no Brasil é a maior vergonha do mundo. Há muita gente querendo empregar, mas ninguém quer se arriscar. Nunca mais vou assinar uma carteira de trabalho”, afirma Jacquin.

Na entrevista, o chef também fala sobre a razão de existirem tantos egos inflados na sua profissão. “Quem inventou a comida foi Deus, mas quem inventou o cozinheiro foi o diabo. Os chefs são capetas metidos e pretensiosos. Mas a culpa é dos críticos gastronômicos, que dizem que o sujeito faz uma comida divina e publicam uma foto dele todo bonitão. Elogios sobem à cabeça”, afirma, frisando que hoje faz um mea culpa e procura ser humilde como jurado do MasterChef. “Virei um docinho de coco”. Ele comenta, ainda, a controvérsia sobre machismo na penúltima edição do programa. Disse que houve exagero na acusação e que a verdade é que não há espaço para cortesia com ninguém na cozinha. “Não há sexo dentro da cozinha. Há cozinheiro. A polêmica foi exagerada. E vou esclarecer uma coisa: dentro de uma cozinha, não temos tempo de falar ‘por favor, querida’. É ‘vá lá pegar o sal, pô!’. Não há tempo para ser carinhoso.“ Jacquin opina, por fim, que o típico prato de arroz, feijão e farofa consumido pelos brasileiros é coisa de país pobre. “Todos os países onde as pessoas comem farinha, arroz e feijão tinham ou têm problema de gente passando fome. É coisa da Índia, da China, do Brasil. O cara enche a barriga, a fome passa”.

Para ler a entrevista na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.

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