Como esperado, a festa de entrega do Oscar 2017, neste domingo, começou com alta dose de política. O mestre de cerimônia, Jimmy Kimmel, aproveitou seu discurso de abertura para alfinetar o presidente americano Donald Trump em toda oportunidade que teve. Começou agradecendo aos espectadores o mundo inteiro, “de 245 países que agora nos odeiam”, e terminou fazendo com que a plateia de artistas aplaudisse, de pé, Meryl Streep, que já foi criticada pelo presidente americano.
Ele afirmou que recebeu vários conselhos para a apresentação, de que ele deveria tentar unir todas as pessoas – os apoiadores e opositores de Trump, diga-se de passagem. “Não consigo fazer isso”, disse. “Mas quero dizer a todos que estão vendo a festa. Os milhões de pessoas que estão assistindo. Se vocês fizerem um contato, conversarem com alguém que você discorda, os Estados Unidos serão um país melhor.”
Em seguida, Kimmel citou alguns dos indicados, fazendo piadas e comentários irônicos. “La La Land – Cantando Estações recebeu 14 indicações, uma para cada ano de vida do diretor Damien Chazelle”, disse, brincando com a pouca idade do diretor, que tem 32 anos. Também usou uma das indicadas, a francesa Isabelle Huppert, que concorre por Elle, para lembrar a gestão de Trump e as polêmicas de Hollywood. “Você estava maravilhosa no filme, ainda bem que a segurança te deixou entrar aqui hoje. Não temos discriminação contra outras nacionalidades aqui no Oscar, só com questões de idade ou peso.”
Mais ao final, falou, finalmente, de Meryl Streep, que foi chamada por Trump de “superestimada”. “Temos aqui uma atriz que passou no teste do tempo com seus papéis sem inspiração e superestimados”, disse, enquanto a câmera mostrava a veterana. “Teve um trabalho medíocre no início de sua carreira. Por favor, uma salva de palmas para uma atriz que não merece. Esse sapato é Ivanka?”, disse, enquanto os presentes na plateia se levantavam para aplaudir Meryl.
Kimmel terminou sua fala dizendo que sabia que ia fazer “um discurso que seria comentado pelo presidente dos Estados Unidos no Twitter” – a rede social favorita de Trump.