A nova edição do programa EM PAUTA traz os principais trechos da entrevista exclusiva do cineasta José Padilha nesta edição das páginas Amarelas de VEJA. Na conversa, o diretor de sucessos como Tropa de Elite e a série Narcos se diz decepcionado com as revelações sobre a conduta dos investigadores da Operação Lava Jato. “Foi uma perda de oportunidade para o Brasil”, diz. Ele revela que, se reescrevesse hoje O Mecanismo, série da Netflix em que retrata Moro e o os procuradores de Curitiba como heróis, a moral da história seria outra. “Se eu fosse refazer O Mecanismo, não ia ter herói nenhum. Ia ter só bandido dos dois lados. Um lado roubando os cofres públicos, o outro deturpando as leis processuais para atingir objetivos — que depois viraram objetivos políticos, sim”, afirma. “Ficou bem claro que teve uma perseguição. Não estou dizendo que o Lula não sabia da corrupção. Evidente que sabia. Mas ficou óbvio que houve uma exacerbação dos casos contra o Lula para tirá-lo da eleição. Se refizesse O Mecanismo, não é que o PT seria melhor, é que seria tudo ruim. O PT, o Ministério Público, o Sergio Moro. Estava tudo errado ali”, completa.
Na entrevista, Padilha fala ainda que, se preciso, votará em Lula – a quem já chamou no passado de “picareta” – para evitar a reeleição de Jair Bolsonaro – a quem considera um “mentecapto”, e compara aos milicianos do filme Tropa de Elite 2. Ele fala ainda sobre os desafios de sua carreira em Hollywood e outros temas.