A youtuber Kéfera Buchmann foi condenada a pagar 25.000 reais por danos morais a um taxista por ter divulgado o vídeo de uma discussão entre eles. A sentença cita que ela agiu de forma inconsequente por conclamar seus milhares de fãs a perseguir o motorista, que teria recebido cerca de 5.000 ameaças físicas e de morte e sido bloqueado pelo aplicativo Easy Taxi.
Em 2015, a youtuber pegou um táxi em São Paulo e se desentendeu o condutor, Wlamir Gonçalves da Silva, que, segundo ela, dirigia de forma imprudente. Ele não teria gostado e a repreendeu por comer uma marmita dentro do veículo. No fim, Kéfera acabou expulsa no meio da rua. Ela registrou tudo com a câmera do celular e publicou um vídeo editado, divulgando o nome do taxista, a placa do carro e o número do celular.
No processo, Silva diz que precisou trocar de celular por causa das milhares de mensagens que recebeu, o que o levou a perder contatos de clientes. As chamadas do aplicativo também foram suspensas sem que ele pudesse recorrer. Denunciado ao Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), ainda perde corridas por ser reconhecido pelos passageiros, de quem ouve xingamentos.
“A partir do momento em que atingiu posição de destaque na mídia e nas plataformas digitais, (Kéfera) tornou-se referência para um incontável número de pessoas de diversas idades, credos e condições sociais, de forma que, para o bem ou para o mal, sua palavra, suas posições e o material que divulga acabam por ganhar uma força avassaladora onde quer que divulgados sejam”, escreveu o juiz Jair de Souza, do Foro Regional IX do Tribunal de Justiça de São Paulo, salientando que ela deveria usar sua imagem com responsabilidade.
O requerente havia pedido uma indenização de 100.000 reais, mas o juiz considerou a ação indenizatória “procedente em parte”. O Google e sua plataforma Youtube também foram condenados a retirar do ar qualquer versão do vídeo da youtuber.
Kéfera ainda poderá recorrer da decisão, mas nem ela ou sua assessoria foram encontradas para comentar o caso.