O Masp (Museu de Arte de São Paulo) vetará menores de 18 anos na mostra Histórias da Sexualidade, com inauguração marcada para esta sexta-feira. Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu, a exposição contará com mais de 300 obras divididas entre assuntos relacionados ao tema, como nudez, jogos sexuais e religiosidade. Entre pinturas, desenhos e esculturas, a mostra contará com trabalhos de Henri de Toulouse-Lautrec, Guerrilla Girls e Tunga.
O veto proibirá a entrada de crianças e adolescentes mesmo que acompanhados do responsável legal. A medida é diferente do sistema de classificação indicativa, que pode ser seguido ou não pelos pais ou responsáveis, embora, nos dois casos, o próprio museu defina a faixa etária adequada de acordo com as obras expostas.
De acordo com o Ministério da Justiça (MJ), cabe mesmo ao museu determinar a idade mínima para se ver uma obra, não ao Estado (ao poder público). Na apresentação da exposição, o Masp assegura que segue a orientação do manual do MJ, fundamentado na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Procurado, o Masp ainda não se pronunciou sobre os motivos que os levaram ao veto ou sobre como será feito o controle de entrada no local da mostra. No seu site, o museu informa que as obras da exposição poderão apresentar conteúdo com violência, sexo explícito e linguagem imprópria.
A decisão ocorreu após a performance La Bête, do coreógrafo fluminense Wagner Schwartz, realizada dia 26 de setembro no Museu de Arte Moderna (MAM), no parque Ibirapuera. Na instalação, Schwartz fica deitado nu em um tatame e o público pode mexer em seus braços, nas pernas e no restante do corpo para alterar sua posição. Vídeos que viralizaram nas redes sociais mostravam uma menina, que estava acompanhada da mãe, interagindo com o homem. O Ministério Público abriu um inquérito para investigar a origem das imagens divulgadas.