Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Memória: Caiu o pano

As despedidas em 2020 no teatro e na televisão

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h38 - Publicado em 24 dez 2020, 06h00

MARIA ALICE VERGUEIRO, atriz

Maria Alice Vergueiro
(Alexandre Battibugli/VEJA)

Em palcos quase clandestinos da USP, nos anos 1970, em plena ditadura, a então professora de arte Maria Alice Vergueiro deu vida às contravenções de Maria I de Portugal em Cabaret da Rainha Louca. As cenas de sodomia encenadas com Cacá Rosset chocaram a comunidade acadêmica. Ela acabou afastada da docência e passou a dedicar-se inteiramente ao teatro, sua paixão. Livre de amarras morais, a atriz empreendeu uma carreira tão brilhante quanto provocadora, que lhe rendeu a alcunha de “dama do underground”, ou do “udigrúdi”, como se dizia. Em 1977, fundou, ao lado de Luiz Roberto Galízia e de Rosset, o Teatro do Ornitorrinco, popular pelo tom escrachado. Viralizou na internet em 2006, no vídeo Tapa na Pantera, no qual interpretou uma senhora que usava maconha e dizia frases como: “O que faz mal é o papelzinho”. Morreu em 3 de junho, aos 85 anos, de complicações de Parkinson, em São Paulo.

FLÁVIO MIGLIACCIO, ator

Flavio Migliaccio
(Paulo Belote/TV Globo)

O tipo comum, engraçado e melancólico, de português muitas vezes claudicante. Ninguém melhor do que o paulistano Flávio Migliaccio para levá-lo à televisão, ao cinema e ao teatro. Dito de outro modo: nos anos 1970, sem as redes sociais, sem a pressa contemporânea, ele conquistou as famílias brasileiras — entrava nos lares e de lá nunca saía. Tornou-se popular como um mecânico sonhador no programa Shazan, Xerife & Cia. (1972-1974) e repetiu o sucesso nos filmes do aloprado Tio Maneco (1971 e 1978). De lá para cá, notabilizou-se como um ator que se mostrava gigante em papéis menores: bastava olhar para o Seu Chalita, de Tapas & Beijos, para cair no riso. Em Boleiros, filme de Ugo Giorgetti, de 1998, ele foi um comovente Naldinho, ex-jogador do Corinthians. Desiludido com os rumos do país, sensação que deixou anotada em uma carta, foi achado morto em sua casa, em 4 de maio, aos 85 anos, em Rio Bonito, no Rio de Janeiro.

Continua após a publicidade

NICETTE BRUNO, atriz

Nicette Bruno
(Raquel Cunha/TV Globo)

Ela foi uma daquelas grandes atrizes cujo nome se mistura com a história do teatro e da televisão. Nascida Nicete Xavier, adotou o nome artístico de Nicette Bruno, em homenagem à mãe, a atriz Eleonor Bruno. Estreou no teatro nos anos 1940 e, como muitos profissionais egressos dos palcos, ajudou a construir a televisão em seus primórdios. Fez novelas nas extintas Excelsior e Tupi, até se transferir em 1981 para a Globo. Foi casada por sessenta anos com o ator Paulo Goulart (1933-2014), com quem teve três filhos. Morreu em 20 de dezembro, aos 87 anos, de complicações da Covid-19.

Publicado em VEJA de 30 de dezembro de 2020, edição nº 2719

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.