O boletim de ocorrência sobre a morte do modelo Tales Cotta, ocorrida neste sábado, 27, durante um desfile da São Paulo Fashion Week (SPFW), não identificou uma causa aparente para o óbito. Um laudo necroscópico será realizado em busca de uma conclusão.
No documento, a Polícia Civil diz que o jovem, de 26 anos, teve uma “morte súbita sem causa determinante aparente” e registra o caso como uma “morte suspeita a esclarecer”. O velório foi marcado para esta segunda-feira, 29, na Capela do Hospital Cesar Leite em Manhuaçu (MG), cidade natal de Cotta – cujo nome verdadeiro era Tales Newton Gomes Alvarenga Soares.
Ao jornal O Globo, o agente Rogério Campaneli, da agência Base MGT, declarou que médicos que atenderam o rapaz suspeitam de um problema congênito.
“Acabei de voltar do hospital, fui levar o boletim de ocorrência. Os médicos suspeitam que Tales pudesse ter algum problema congênito. Pelos vídeos, eles acreditam que ele morreu na passarela. Foi tudo tão rápido: ele deu um beijo no amigo que estava mais atrás na fila, nos bastidores, andou e caiu”, contou Campanelli.
A irmã do modelo, Alexandra Soares, em entrevista ao portal G1, afirma que Cotta não usava drogas e seguia um estilo de vida saudável.
“Ele fazia crossfit, yoga, meditava, não usava drogas e tinha uma alimentação super saudável. É difícil entender. Só mesmo quando a gente tiver o laudo na mão para saber o que realmente aconteceu. Existem várias especulações. Estão dizendo várias inverdades, como por exemplo, (que a causa foi) anorexia, droga, veganismo, estresse ou, ainda, porque não ofereceram lanche vegano antes do desfile. Umas coisas absurdas”, declarou.
A Base MGT e a All Models, agências que representavam Cotta, também se pronunciaram sobre o ocorrido.
“Ressaltamos que Tales nunca apresentou ou se queixou de problemas de saúde. Ele mantinha uma dieta saudável (era vegetariano), não usava substâncias ilícitas e estava em plenas condições para participar do desfile”, publicou a Base MGT no Instagram.
O agente Faelo Ribeiro, da All Models, disse que o modelo se mostrou inseguro antes de desfilar, por conta de uma sandália que calçava, e que a falta de comida e o calor que fazia no local podem ter ocasionado o mal súbito que levou a sua morte.
“Nunca foi o foco dele ficar sem comer, ele se alimentava muito bem”, acrescentou Ribeiro. “Ele sempre praticou muito exercício físico, como capoeira e yoga. Ele se cuidava muito”.
“Quando tudo começou, um menino cheio de sonhos há sete anos, de alguma forma sabíamos que você iria muito longe e você foi, nos ensinou muito e nos encantou durante todos esses anos que tivemos a honra de conviver com você”, escreveu a agência All Models em suas redes sociais.
No desfile pela marca Ocksa, Cotta, de 26 anos, usou uma sandália com fitas amarradas. Durante sua passagem pela passarela, o modelo teria tropeçado no calçado e caído. Os participantes do evento, por pensarem que se tratava de uma performance do desfile, demoraram a reagir.
Segundo testemunhas, a equipe de socorristas levou em torno de três minutos para prestar o atendimento. Na sequência, a transmissão dos desfiles foi cortada.