Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Continua após publicidade

MPF oferece 27 denúncias por fraudes no uso da Lei Rouanet

Investigação constatou que dinheiro deduzido de impostos gerou eventos corporativos das patrocinadoras e publicações sem finalidade cultural

Por Da Redação 13 dez 2018, 18h57

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo 27 denúncias resultantes da segunda fase da Operação Boca Livre, realizada em conjunto com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), por fraudes contra a Lei Rouanet.

Segundo a investigação, recursos deduzidos dos impostos de empresas patrocinadoras foram aplicados, sem finalidade cultural, pelo grupo Bellini Cultural.

A força-tarefa do MPF foi iniciada em 2011, quando o órgão recebeu uma denúncia anônima que apontava fraudes cometidas pelo grupo, dirigido por Antonio Carlos Bellini Amorim, que figura como acusado em todas as 27 denúncias. Além de Bellini – que foi preso na primeira fase da operação, mas conseguiu a liberdade -, foram denunciados seus filhos, funcionários da empresa, parentes do produtor cultural que eram sócios de outras empresas do grupo e os responsáveis pelos projetos de cada uma das empresas patrocinadoras envolvidas.

Na primeira fase da Boca Livre, o MPF detectou que parte do dinheiro de projetos chegou a ser usada para o casamento de um dos filhos de Bellini, Felipe, na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis.

Bellini era responsável pela assinatura dos projetos culturais das empresas a serem financiadas pela Lei Rouanet — o empresário costumava divulgar ao mercado que o grupo era o quinto maior arrecadador de recursos para projetos fiscalizados pelo Ministério da Cultura. As irregularidades eram praticadas com o conhecimento das companhias envolvidas.

Continua após a publicidade

Entenda o caso

Em 2013, após a CGU exigir a fiscalização dos projetos, o Ministério da Cultura bloqueou repasses para duas empresas do grupo Bellini, que passou então a diversificar a apresentação dos projetos, terceirizando-os para outras empresas e emitindo notas fiscais frias por meio de firmas de funcionários ou laranjas, por exemplo, para burlar as inspeções e forjar a execução das propostas.

“Esses eventos de marketing corporativo-institucional eram realizados em lugar dos próprios projetos culturais originariamente concebidos, não apresentando nenhum viés cultural. Veiculavam apenas a marca das empresas e o logotipo do Ministério da Cultura, como forma de conferir àquele evento privado a falsa aparência de ser o próprio projeto cultural aprovado pelo órgão. De outro lado, os verdadeiros projetos culturais, ou não eram executados, ou o eram de forma forjada, com repetição de cenários já utilizados em iniciativas anteriores e com prestação de contas por meio de notas frias, o que gerou, na maioria dos casos, a sua desaprovação pelo MinC”, afirmou a procuradora da República Karen Kahn, responsável pela investigação.

O MPF dividiu as fraudes do grupo Bellini em cinco modalidades: superfaturamento, elaboração de serviços e produtos fictícios, duplicação de projetos, utilização de terceiros como proponentes e contrapartidas ilícitas às empresas patrocinadoras.

Continua após a publicidade

Defesa

Em depoimento à CPI da Lei Rouanet na Câmara dos Deputados, em 2016, Antônio Carlos Bellini Amorim negou participação em fraudes. Ele disse que em dez anos, entre 1998 e 2009, apresentou 105 projetos ao MinC e que, desse total, apenas 17 foram avaliados e aprovados. Só em 2012, afirmou, o ministério teria feito um “pente fino” em seus projetos, a partir de denúncia anônima. O empresário afirmou que a Receita Federal fez ampla investigação e aprovou sua contabilidade.

Bellini explicou que, quando um projeto é apresentado, é submetido a um parecerista, a quem cabe a análise de compatibilidade com a cultura nacional e com os valores de uma planilha da Fundação Getúlio Vargas. Posteriormente, passa por uma comissão de notáveis. “Então, corrupção nessas instâncias é muito difícil. São várias pessoas”, afirmou Bellini. Ele afirmou ainda que, na verdade, não existe um “Grupo Bellini Cultural” – ele atuaria em colaboração com CNPJ do filho e da irmã. O foco do grupo é a produção de livros e catálogos culturais.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.