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Na volta dos museus, estranho mundo de OsGemeos vira fenômeno no país

Uma exposição em São Paulo centrada nas criações peculiares da dupla se torna estouro nacional de público

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h31 - Publicado em 6 nov 2020, 06h00
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  • PROVOCAÇÃO POP - Acima, Gustavo e Otávio na instalação Portal; a partir da esq., o boneco amarelo de 17 metros e tela em parceria com Banksy: parceria “por telepatia” - (Levi Fanan; Sebastiao Moreira/EFE; Yuri Murakami/Fotoarena/.)

    Coração da Pinacoteca de São Paulo, o Octógono é uma sala com oito paredes de 14 metros de altura, que repetem em seu interior o rústico acabamento de tijolos do prédio, no centro da capital paulista. O espaço, que serve como um hall de entrada para as exposições abrigadas pelo museu, passou por uma transformação radical nas mãos dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, de 46 anos. A instalação Portal recebe os visitantes da mostra OsGemeos: Segredos com uma explosão de cores que recobre absolutamente todo o ambiente, ornado com esculturas variadas. No centro, a mais chamativa prende o público por longos minutos na tentativa de decifrá-la. Trata-se de uma espécie de trailer, com um rosto feminino de um lado e um excesso de quinquilharias do outro. “O Portal é um resumo da nossa história, e um lembrete para o público de que a imaginação existe também dentro dele”, diz Otávio. Gustavo complementa: “É um ambiente espiritual para onde queremos transportar as pessoas”.

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    O que pode parecer uma passagem para fora da realidade — um desejo compreensível neste difícil 2020 — se revela, na verdade, uma viagem a um universo paralelo, onde OsGemeos aplicam ao mundo real uma visão bastante particular de suas experiências urbanas e artísticas. Como resultado, desde o dia 15 de outubro, quando os museus reabriram em São Paulo com capacidade reduzida, os recém-­saídos da quarentena disputam a tapa na internet ingressos para a mostra. O primeiro lote, que ia até o fim de novembro, se esgotou em três dias. A segunda leva chegou ao site do museu provocando a aglomeração (virtual, calma) de mais de 7 000 pessoas. A procura surpreendente fez a Pinacoteca alterar o modo de vender ingressos: para janeiro e fevereiro, quando a mostra fecha, a reserva será feita diariamente. O museu está funcionando com 40% de sua capacidade, mas se aproximaria dos 60 000 visitantes em um mês se operasse sem restrições.

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    Criados e ainda residentes no bairro do Cambuci, região central de São Paulo — onde também viveu Alfredo Volpi, um dos mais relevantes artistas plásticos brasileiros —, os irmãos encontraram uma identidade que extrapola a influência inicial vinda do grafite e do hip-hop. A irreverência da arte de rua evoluiu para criações carregadas de simbolismos e confluências visuais, como os já populares “bonequinhos amarelos”, que carregam consigo um discurso provocador. As estranhas figuras achatadas, que nem sempre são amarelas de fato, transitam entre representações como o jovem grafiteiro encapuzado, o típico “trombadinha” brasileiro ou um ativista palestino — um mural com o boneco em Boston chegou até a ser associado ao terrorismo.

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    Não é surpresa que os paulistanos tenham chamado a atenção de ninguém menos do que Banksy. Introduzidos por um amigo em comum, OsGemeos e o artista sem rosto produziram juntos dois quadros que estão na mostra. “Foi algo natural. Estávamos desenhando sem compromisso, e as telas nasceram”, conta Gustavo sobre a parceria, exibida pela primeira vez em um viaduto em Nova York. Eles conhecem Banksy de verdade, mas desconversam sobre sua identidade — segredo valioso da arte atual. Otávio e Gustavo são, à sua maneira, também um mistério. Eles pintam juntos desde os 3 anos e juram se comunicar “por telepatia”. “Somos um artista só”, dizem em coro. Da rua ao museu, a estranha conexão faz sucesso.

    Publicado em VEJA de 11 de novembro de 2020, edição nº 2712

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