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Neil Young perde briga com podcast negacionista e é limado do Spotify

Cantor exigiu que a plataforma escolhesse entre suas músicas e programa de humorista anti-vacinas - mas perdeu a queda de braço

Por Amanda Capuano Atualizado em 26 jan 2022, 20h15 - Publicado em 26 jan 2022, 20h04

O Spotify confirmou na noite dessa quarta-feira, 26, que começou a retirar as músicas de Neil Young da plataforma depois do ultimato do cantor para que o streaming escolhesse entre ele e o podcast de Joe Rogan, acusado de espalhar desinformação sobre vacinas e a Covid-19. A informação foi divulgada pelo jornal The Wall Street Journal.

“Queremos que todo o conteúdo de música e áudio do mundo esteja disponível para os usuários do Spotify. Com isso, vem uma grande responsabilidade em equilibrar a segurança para os ouvintes e a liberdade dos criadores. Temos políticas de conteúdo detalhadas em vigor e removemos mais de 20 000 episódios de podcasts relacionados à Covid desde o início da pandemia”, diz um comunicado divulgado pelo The New York Times. “Lamentamos a decisão de Neil de remover sua música do Spotify, mas esperamos recebê-lo de volta em breve.”

Ontem, o roqueiro exigiu por meio de uma carta aberta que a empresa de streaming retirasse suas músicas do ar caso continuasse hospedando o podcast The Joe Rogan Experience – que, nas palavras de Young, “repetidamente espalhou alegações enganosas e falsas” e “teorias da conspiração infundadas” sobre os imunizantes contra a Covid-19. O podcast de Rogan já foi criticado também no mês passado por 270 médicos e educadores, que pediram ao Spotify que parasse de divulgar seus programas.

A decisão da plataforma de manter Rogan e abrir mão de Young não é uma surpresa. Lançado em 2009, o podcast de Rogan é um dos mais populares do mundo e em 2020 o Spotify pagou, segundo o Wall Street Journal, 100 milhões de dólares pela exclusividade. O streaming,  inclusive,  já defendeu Rogan no passado, depois de um episódio que contou com o teórico da conspiração Alex Jones. “Queremos que os criadores criem”, disse Daniel Ek, executivo-chefe e cofundador do Spotify, ao The Financial Times na época.

Em um segunda declaração postada em seu site, Young chamou o Spotify de “lar da desinformação sobre a Covid, com risco de vida”, e acrescentou que “mentiras estão sendo vendidas por dinheiro.” Young também revelou na postagem que o Spotify concentra 60% das reproduções da sua música no streaming – mesmo assim, ele não voltou atrás em suas convicções. A estimativa, agora, é que as canções sejam retiradas da plataforma em algumas horas.

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