A aguardada minissérie documental de Peter Jackson sobre os Beatles, Get Back, chega ao Disney+ nesta quinta-feira, 25, e já provocou ao menos um efeito concreto: fez Julian Lennon, filho mais velho do ex-beatle John Lennon, mudar sua visão negativa sobre o pai. “A única coisa que posso dizer sobre tudo isso é que me deixou muito orgulhoso, inspirado e senti ainda mais amor pela minha/nossa família do que nunca”, disse Julian em um post recente no Instagram, antes de acrescentar: “E o filme me fez amar meu pai de novo, de uma forma que eu não consigo descrever.”
Fruto do relacionamento de Lennon com Cynthia Powell, sua primeira esposa, Julian manteve uma relação distante e conturbada com o pai depois do divórcio do casal. Em uma entrevista ao Independent em 1998, então com 33 anos, o primogênito de Lennon acusou o músico de hipocrisia por não praticar em casa o discurso que pregava nas canções. “Meu pai falava sobre paz e amor para o mundo, mas não demonstrava isso às pessoas que supostamente significavam tudo para ele: sua esposa e seu filho”, disparou. “Como você pode falar sobre paz e amor e ter uma família em pedaços – sem comunicação, adultério e divórcio? Você não pode fazer isso se estiver sendo honesto consigo mesmo.”
O novo documentário, porém, parece ter aplacado as mágoas e o ressentimento com o pai. Julian, inclusive, embarcou recentemente em uma viagem pela costa leste dos Estados Unidos com o meio-irmão Sean Lennon, fruto do casamento do cantor com Yoko Ono. No passado, os herdeiros tinham uma relação estremecida, marcada por afastamento e discussões públicas, mas uma fonte próxima à família revelou ao jornal inglês Daily Mail que eles têm estreitado os laços cada vez mais. Os dois irmãos, inclusive, compareceram juntos à première de Get Back, no último sábado, quando Julian compartilhou uma foto ao lado do irmão com a legenda “apenas amor.”
Dirigido por Peter Jackson, a série documental de três partes intitulada The Beatles: Get Back apresentará imagens inéditas dos bastidores da gravação de Let it Be, último álbum de estúdio do quarteto, gravado em 1970. Fã do grupo, o cineasta neozelandês se dispôs a rever as 50 horas brutas das gravações que deram origem ao controverso documentário Let it Be, do americano Michael Lindsay-Hoggquel, transformando tudo em uma minissérie com mais de seis horas de duração. A conclusão do diretor ao abrir o baú inédito: o clima em nada se parecia com a edição conhecida, que mostrava os Beatles como uma banda envenenada pelo rancor em seus dias finais – além de pintar Yoko Ono como uma bruxa que semeava discórdia entre os músicos. Julian, enfim, agora pode dormir em paz, acreditando que era tudo mesmo só paz e amor.