O valor polpudo que pode arrematar quadro de Frida Kahlo em leilão

Pintura feita pela mexicana em 1940 será vendida em 8 de novembro pela Sotheby's, que espera atingir bagatela recorde

Por Thiago Gelli SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 19 set 2025, 14h16 - Publicado em 19 set 2025, 13h10

O quadro 'El Sueño (La Cama)' na Sotheby's de Londres (Antony Jones/Getty Images)

A casa de leilões Sotheby’s leiloará o quadro El Sueño (La Cama), da mexicana Frida Kahlo, em 8 de novembro. A venda, porém, não será só mais uma na agenda da instituição: se a ambição dos organizadores for realizada, a obra pode ser comercializada por valor entre 40 e 60 milhões de dólares (213 e 320 milhões de reais) e bater o recorde estabelecido por Jimson Weed/White Flower No. 1, de Georgia O’Keefe, em 2014. O quadro da americana foi arrematado por 44,4 milhões de dólares.

Por hora, o valor mais alto que um trabalho de Kahlo atingiu em leilão foi 34,9 milhões de dólares, em 2021, quando Diego e Eu entrou no mercado. Vendas privadas, por outro lado, já chegaram a bagatelas muito maiores.

El Sueño (La Cama) foi pintada em 1940 e é um dos famosos autorretratos da artista. No quadro, ela se mostra embrenhada em vinhas enquanto repousa em uma cama flutuante. Acima dela, um grande esqueleto segura um buquê de flores e tem fios de dinamite ao redor das pernas. O trabalho reflete a relação complicada que a artista tinha com sua própria psique e corpo, debilitado por um acidente de ônibus ocorrido quando ela tinha apenas 18 anos. Segundo o vice-presidente da Sotheby’s Americas, Julian Dawes, o trabalho é resultado das turbulências que ocorriam no relacionamento entre Kahlo e o muralista Diego Rivera e as complicações de saúde que a acometiam, mas também expressão do grande poder da pintora.

“Este não é só um dos trabalhos mais importantes de Kahlo, mas um dos poucos que existem foram do México e dos acervos museológicos. Tanto enquanto obra de arte, como oportunidade de mercado, não poderia ser mais raro e especial”, frisou Dawes ao portal AP News. A pintura não é exibida ao público desde 1990. Ela está à mostra em Londres e passará por Abu Dhabi, Hong Kong e Paris antes da venda em Nova York. Além dela, mais de 100 obras surrealistas irão a leilão pela casa.