Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

‘Olympia’: a escandalosa obra de Manet que pode ter ligação com o Brasil

Pintura que chocou a sociedade europeia em 1863 é exposta pela primeira vez no continente americano em mostra do Metropolitan Museum of Art, em Nova York

Por Gabriela Caputo Atualizado em 18 set 2023, 14h52 - Publicado em 15 set 2023, 10h02
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em 1863, Olympia escandalizou a sociedade europeia. A obra célebre do francês Édouard Manet (1832-1883) não provocou reações calorosas simplesmente pela nudez retratada — afinal, a pintura bebe da Vênus de Urbino, do italiano Ticiano, datada de 1538. O fato é que Manet trouxe para o centro de sua tela, sem pudores, a figura de uma prostituta, identificada por detalhes como os acessórios e joias que a acompanham (do brinco de pérolas e da fita em volta do pescoço ao xale oriental sobre o qual repousa). A polêmica Olympia será exposta pela primeira vez no continente americano como destaque de uma mostra do Metropolitan Musem of Arte (Met), em Nova York. Intitulada Manet/Degas, é dedicada à dupla completa por Edgar Degas (1834–1917), e recebe visitas do público a partir de 24 de setembro.

    Mais curiosa é a possível relação da obra inquietante com o Brasil, sabendo-se que Manet passou uma temporada no Rio de Janeiro em 1849, conforme revelam as cartas reunidas no livro Manet no Rio, prestes a ser lançado no país. A suposta conexão traçada por pesquisadores se sustenta pela segunda figura representada em Olympia, ignorada pelos europeus na época: há uma mulher negra na imagem entregando flores para a protagonista da tela, indicativo de que poderia se tratar da representação de uma prostituta brasileira — a quem se daria ao luxo de ter uma escrava: uma imagem que Manet pode ter presenciado em terras cariocas. Hipóteses sobre a inspiração que deu origem ao quadro à parte, tanto a intérprete da meretriz quanto a da criada foram modelos conhecidas que posaram para uma série de pinturas de Manet e de seus contemporâneos. Pouco se sabe sobre quem foram, mas elas têm nome: Victorine e Laure.

    Uma descoberta recente joga luz sobre a primeira: recentemente, o antropólogo americano James Fairhead revelou ter descoberto uma entrevista de um jornal de 1869 com uma dançarina francesa ruiva que se apresentara com o cancan em Nova York. Seu nome? Victorine Meurent. Enquanto sua modelo já pisou na cidade americana, é a primeira viagem de Olympia à metrópole, vista como um evento grandioso pela comunidade artística dos Estados Unidos. Fora da mostra, o olhar vazio e entediado de Olympia pode ser encontrado no Museu de Orsay, em Paris — onde a mesma Manet/Degas foi exibida no semestre passado, tornando-se grande sucesso de público, com 670.000 visitantes.

    Ao se distanciar da elevação venusiana com que os artistas retratavam suas musas nuas, a obra se consagrou, na época, como a cara da modernidade. Além disso, Olympia foi escolhida como ponto focal da mostra pois está no centro da relação entre os dois artistas: após a morte de Manet, em 1883, Degas virou um dos maiores defensores da pintura escandalosa de seu amigo-rival. Ele comprou uma grande cópia da tela para pendurar em seu apartamento. “Esta exposição examina um dos diálogos artísticos mais significativos da história da arte moderna: a relação estreita e por vezes tumultuada entre Édouard Manet e Edgar Degas”, explica a apresentação da exposição. “Ao observar as suas carreiras em paralelo e apresentar os seus trabalhos lado a lado, esta exposição investiga como os seus objetivos e abordagens artísticas se sobrepuseram e divergiram”.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.