O Lollapalooza 2018 já pode comemorar. Com três dias de duração, um a mais que o habitual de anos anteriores, o festival de música alcançou a meta almejada, levando mais de 300.000 pessoas ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre sexta-feira e domingo. O número faz desta a maior edição do evento até então, e coloca o Lolla Brasil entre os mais relevantes de sua casa — o Lollapalooza Chicago dura quatro dias e soma 400.000 em público.
Outra boa notícia é que o festival aprendeu com erros do passado. Dramas de mobilidade dentro do Autódromo, com palcos muito distantes, foram resolvidos este ano. Assim como a diminuição de filas para compra de alimentos e bebidas. Entram na categoria problemas os absurdos preços dos ingressos e problemas técnicos e de estrutura dos palcos. Confira a seguir os altos e baixos do Lollapalooza 2018:
Altos
Lolla Cashless – A pulseira que serve para fazer compras funcionou bem, com vários postos de recarga. Consumir comida e bebida foi uma tarefa fácil, pela quantidade de ambulantes e tendas espalhadas. O preço, contudo, se manteve salgado como sempre, com um copo de cerveja custando 13 reais.
Poucas filas – Se organizar direitinho, todo mundo se diverte e pega pouca fila. Depois de muitas edições com filas gigantescas, o Lolla aprendeu a espalhar bem suas tendas e banheiros, e se beneficiou da facilidade da pulseira como forma de pagamento.
Posicionamento dos palcos – A distância entre os palcos — e as voltas para chegar de um ao outro — era um antigo problema do Lolla. Este ano, ele foi resolvido com palcos mais próximos um dos outros e shows intercalados. Assim, resolveu-se o problema de vazamento do som e congestionamento de pessoas em trânsito entre uma apresentação e outra.
Line-up – Não foi a melhor seleção de bandas e músicos de um Lollapalooza, mas também está longe de ser a pior. Jovens nomes do cenário nacional, como Liniker e Mahmundi, tiveram sua chance, enquanto os figurões foram representados por bandas relativamente atuais, como Imagine Dragons, The Killers e Lana Del Rey, deixando a categoria veteranos sob a responsabilidade de David Byrne, Red Hot Chilli Peppers e Pearl Jam.
Baixos
Acesso – Encarar o trânsito de São Paulo para chegar ao festival é, ainda, a tarefa mais estressante de todo o processo. Na sexta-feira, somado ao movimento natural da cidade, foi ainda pior. Na saída, o festival se aliou ao Uber para marcar pontos de encontro que facilitariam o escopo. Mesmo assim, uma ida do Autódromo à Avenida Paulista, por exemplo, podia demorar entre 1h30 e 2 horas de um trajeto que leva em torno de 45 minutos de carro. Enquanto não se resolve o problema de trânsito ao redor, a melhor opção para chegar ao Lolla é a estação de trem que fica a 15 minutos de caminhada do Autódromo.
Palco Ônix – Segundo espaço mais importante do evento, atrás do palco Budweiser, o Ônix foi um dos mais problemáticos do festival. Foi lá que o show de Liniker e os Caramelows acabou na metade por problemas técnicos. Ali também foi difícil ouvir o que cantava a banda Imagine Dragons, um dos momentos mais frustrantes do Lolla 2018.
Confusão de palcos – Colocar Imagine Dragons e Lana Del Rey no palco Ônix foi uma decisão contestável. Ambos os espaços ficaram extremamente lotados do público que se aglomerou para ver os populares artistas. No domingo, por exemplo, Liam Gallagher se apresentava no palco principal com vários espaços vazios na plateia, que preferiu guardar lugar no palco vizinho, esperando por Lana.
Preço dos ingressos – apenas uma line-up com Paul McCartney, Rolling Stones, Beyoncé e Adele valeria 800 reais por dia.
Sorte
Entre os altos e baixos, o Lollapalooza 2018 contou com uma ajudinha dos céus. Os três dias forma embalados por muito sol. Se chovesse, a plateia teria dificuldades em ver alguns palcos, como Ônix e Axe, onde era necessário se equilibrar em um terreno íngreme e revestido por pedregulhos.