Os bastidores da eleição da ABL que deixou Mauricio de Sousa de fora
Cartunista fez barulho ao se candidatar para vaga, mas ele nunca foi o favorito
Pai da Turma da Mônica, o quadrinista Mauricio de Sousa perdeu nesta quinta-feira, 27, a eleição para uma vaga à Academia Brasileira de Letras (ABL). O eleito para ocupar a cadeira de número 8 foi o filólogo Ricardo Cavaliere, de 69 anos, que substituirá a professora Cleonice Berardinelli, que morreu em janeiro. Apesar de ter causado barulho quando se candidatou à vaga, Sousa se revelou apenas um nome de alta popularidade, mas não o favorito: ele teve apenas dois votos contra 35 concedidos a Cavaliere.
O fato é que, apesar de a ABL ter ampliado seu escopo, trazendo nomes cada vez mais populares para seu reduto no Petit Trianon, a instituição que elege os imortais da cultura nacional é arraigada às tradições. Assim, a Academia abriu espaço para nomes como Gilberto Gil, Cacá Diegues e Fernanda Montenegro, porém, ainda mostra ser a principal casa de intelectuais respeitados no meio acadêmico.
Cavaliere, aliás, havia se candidatado à cadeira antes de Sousa e já era tido internamente como o sucessor óbvio de Berardinelli. Especialista em letras e linguística, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Cavaliere já era próximo de membros da Academia, entre eles Evanildo Bechara, nomes respeitado do grupo – e de alta influência perante os demais colegas imortais. O fato de Berardinelli ser também especialista em língua portuguesa e pioneira no estudo de Fernando Pessoa consolida a fama da Cadeira 8 como uma vaga da instituição voltada para filólogos – assim, Mauricio de Sousa não tinha muitas chances. O cartunista, porém, pode voltar a concorrer a uma vaga para outra cadeira da casa, assim que uma nova oportunidade surgir.
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