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Oscar 2019: mulheres ficam de fora da disputa por direção e melhor filme

Entre os longas de ficção indicados deste ano, 'Poderia Me Perdoar?', 'Duas Rainhas' e 'Cafarnaum' têm direção feminina

Por Juliana Varella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jan 2019, 16h45 - Publicado em 22 jan 2019, 12h57
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  • Quando os indicados ao Oscar 2019 foram anunciados na manhã desta terça-feira, 22, uma sensação de déjà-vu veio preencher a lista, já tão antecipada e com tantos nomes familiares: mais uma vez, nenhuma mulher foi nomeada na categoria de melhor direção e nenhum longa dirigido por uma mulher foi indicado a melhor filme.

    A competição de atrizes e atrizes coadjuvantes, é verdade, mostra um leque de personagens fortes e interessantes, começando a ocupar com cada vez mais unanimidade as telas dos cinemas. Porém, o mesmo avanço não vem sendo visto na produção e valorização dos filmes, por trás das telas: este é o 91º Oscar a ser realizado e, até hoje, apenas cinco mulheres foram indicadas à estatueta de melhor direção e apenas uma – Kathryn Bigelow, com seu Guerra ao Terror, venceu.

    Entre os longas de ficção indicados deste ano, Poderia Me Perdoar?, Duas Rainhas e Cafarnaum têm direção feminina. O primeiro, comandado por Marielle Heller, foi lembrado nas categorias de melhor roteiro (de Nicole Holofcener e Jeff Whitty), melhor ator coadjuvante (Richard E. Grant) e melhor atriz (Melissa McCarthy). Já o segundo, de Josie Rourke, foi indicado como melhor figurino e melhor maquiagem e cabelo, e Cafarnaum, de Nadine Labaki, concorre como melhor filme estrangeiro.

    Nos documentários, a presença feminina é um pouco mais equilibrada, com dois títulos dirigidos por mulheres entre os cinco concorrentes: Free Solo é de Elizabeth Chai Vasarhelyi e RBG é de Betsy West e Julie Cohen.

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    Para quem argumenta que não houve tantos filmes de peso dirigidos por elas nesse período, vale lembrar que nomes como Você Nunca Esteve Realmente Aqui, de Lynne Ramsay, Não Deixe Rastros, de Debra Granik, I am Not a Witch, de Rungano Nyoni, O Conto, de Jennifer Fox, A Professora do Jardim de Infância, de Sara Colangelo, e O Mau Exemplo de Cameron Post, de Desiree Akhavan, foram muito elogiados pela crítica na época dos seus lançamentos, mas perderam espaço na divulgação e acabaram esquecidos. 

    Recentemente, o Festival de Berlim anunciou sua lista de indicados com sete filmes dirigidos por mulheres, entre os dezessete em competição pelo Urso de Ouro – apesar de ainda não representar os 50% prometidos pelo presidente do festival, a presença feminina será significativamente maior do que em outros festivais e premiações, como Cannes, Globo de Ouro e o Oscar.

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