A Pepsi tirou do ar um comercial com a modelo Kendall Jenner depois que a campanha provocou revolta por, no entendimento de muitos espectadores, banalizar os protestos por direitos civis nos Estados Unidos. A propaganda, lançada na noite da última terça-feira e cancelada já no dia seguinte, mostra a socialite, uma das meia-irmãs de Kim Kardashian, em um ensaio fotográfico, quando percebe um protesto passar por sua locação. Ela, então, se junta à multidão e oferece uma lata de Pepsi a um policial, fazendo com que ele sorria enquanto os manifestantes comemoram e se abraçam.
“A Pepsi estava tentando projetar uma mensagem global de união, paz e compreensão”, disse a companhia em comunicado. “Claramente, nós falhamos e pedimos desculpas. Não foi nossa intenção banalizar um assunto tão sério. Nós vamos remover o conteúdo e impedir qualquer outra utilização.” A companhia também pediu desculpas a Kendall Jenner. Segundo a Pepsi, a campanha foi desenvolvida por sua equipe interna de criação.
O comercial foi alvo de críticas no Twitter, onde alguns usuários afirmaram que o vídeo subestima os protestos contra violência policial que aconteceram nos últimos anos em cidades como Ferguson, Missouri e Baltimore após mortes de mulheres e homens negros desarmados por parte de policiais. “Se eu tivesse levado uma Pepsi acho que nunca teria sido preso. Quem poderia saber?”, disse DeRay McKesson, uma das principais vozes do movimento Black Lives Matter, no Twitter. “Pepsi, essa propaganda é um lixo.”
Bernice King, filha do líder de direitos civis Martin Luther King Jr., cujo assassinato aconteceu exatamente 49 anos antes do dia em que a propaganda da Pepsi foi lançada, tuitou uma foto de seu pai protestando enquanto um policial agarra seu peito, com a legenda: “Se ao menos papai soubesse do poder da #Pepsi”.
(Com agência Reuters)