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Pollock do MAM-RJ já tem interessados em casa de leilão em NY

Tela avaliada em 67 milhões de reais é a única do artista americano em exposição no Brasil. Ação prevê ajudar museu a superar dificuldades econômicas

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 24 out 2018, 11h22 - Publicado em 24 out 2018, 10h26
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  • A notícia de que a tela Número 16, de Jackson Pollock, até então propriedade do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio, irá a leilão na Phillips em Nova York, agitou colecionadores. A casa de leilão já tem compradores interessados, informou Michael Sherman, responsável pela área de comunicação da empresa. Espera-se alcançar 18 milhões de dólares (67 milhões de reais) com a obra, em formato quadrado de 56,7 centímetros, e que foi doada ao MAM pelo milionário americano Nelson Rockefeller em 1952. O leilão acontece na noite de 15 de novembro.

    Obra Nº16 de Jackson Pollock (1950)
    Obra Nº16 de Jackson Pollock (1950) (Foto/Divulgação)

    Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo por e-mail na segunda-feira, 22, Sherman contou que a raridade da obra está movimentando o mercado. “Esta é uma obra de arte muito especial, pois é uma das pinturas por gotejamento de Jackson Pollock que são reverenciadas em todo o mundo como a personificação do estilo do artista e do movimento do expressionismo abstrato”, disse. “Não é sempre que um trabalho desse calibre vai a leilão. Estamos muito satisfeitos e honrados por apresentar esta obra na nossa noite de venda de arte contemporânea do século XX”.

    Segundo Sherman, já foi manifestado interesse “significativo de vários revendedores e colecionadores pela pintura”. Ele disse que não é raro para a Phillips leiloar peças que pertencem a coleções de museus. A tela era até então a única obra do artista americano aberta à visitação no Brasil. Será a primeira vez que um grande museu vai se desfazer de um item de seu acervo para se capitalizar. A iniciativa gerou controvérsia no mundo das artes e um grupo de artistas, marchands e curadores lançou um manifesto com críticas à ideia.

    A instituição carioca, que acaba de completar 70 anos, vive dificuldades financeiras. Com os recursos levantados, pretende criar um fundo, cujos rendimentos devem permitir, segundo seu presidente, Carlos Alberto Chateaubriand, que o museu seja autossustentável por pelo menos 30 anos. O objetivo é melhorar sua infraestrutura e atualizar seu acervo de arte brasileira. Em março, quando do anúncio da venda, o MAM divulgou que esperava chegar a um valor bem superior, 25 milhões de dólares (hoje, 92,5 milhões de reais).

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