Na edição desta semana de VEJA, há uma reportagem sobre o filme Planeta dos Macacos — A Guerra (War for the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2017), dirigido por Matt Reeves, uma das melhores estreias do ano nos cinemas. Com referências contundentes aos genocídios dos dois últimos séculos e ao terror, A Guerra é um filme feroz
e imensamente benfeito, que ombreia com o original, de 1968. Mal a produção começa e, com uma cena que faz referência explícita aos nativos que os americanos cooptavam para empregar nas guerras contra as tribos indígenas, já adentra o território tenebroso do genocídio. O Coronel (Woody Harrelson) quer a aniquilação total dos macacos; o macaco Cesar propõe que eles permaneçam restritos à área que ocupam na mata, sem contato com os humanos. Mas, como tantas vezes na história, a concentração em reservas é só uma etapa anterior à guerra e à carnificina. O massacre que se segue no primeiro embate do filme é terrível — mas é só o começo do martírio dos macacos, o qual vai incluir muitas outras formas chocantes de desmoralizar, enfraquecer e torturar um inimigo.
Terceiro episódio da série iniciada em 2011, o novo A Guerra, que estreia nesta quinta-feira no país, é o primeiro a ombrear com o filme antológico estrelado por Charlton Heston em 1968 — e, surpresa, oferece eletricidade redobrada a quem conhece a história original. Robusto, vigoroso, de uma intensidade que não dá trégua, A Guerra redime de ponta a ponta uma franquia que, até aqui, vinha se destacando mais pela excelência técnica que pela regularidade no roteiro ou na direção. Tecnicamente, o filme atinge um patamar espantoso. A performance capture — a captura das expressões corporais e faciais de um ator por meio de sensores, à qual se acrescenta então a camada digital que o transforma em uma criatura diversa — vem avançando a passos largos. Mas aqui seu uso é não apenas impecavelmente preciso, como muito inspirado (tão importante quanto a contribuição do ator é o trabalho realizado sobre ele pelos artistas gráficos). É, também, crucial ao roteiro, já que ao primeiro contato com os macacos se dissipa assim qualquer barreira psicológica que possa separar o espectador deles.
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