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Na China, 1º blockbuster após reabertura dos cinemas fatura US$ 40 milhões

Filme de guerra 'The Eight Hundred' carrega a esperança de uma recuperação na indústria cinematográfica global

Por Amanda Capuano Atualizado em 21 ago 2020, 16h34 - Publicado em 21 ago 2020, 14h28
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  • Depois de meses na corda-bamba, a indústria cinematográfica chinesa enfim têm uma boa notícia: o longa The Eight Hundred, primeiro grande lançamento nacional desde a retomada das atividades, chegou aos cinemas locais nesta semana, com uma bilheteria acumulada em mais de 40 milhões de dólares. Lançado oficialmente na sexta-feira, 21, a produção embolsou 14 milhões de dólares (100 milhões de yuan) em seu dia de abertura, mas já vinha sendo exibida de maneira limitada desde o dia 14, o que fez crescer as cifras acumuladas.

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    Primeiro epicentro da pandemia de coronavírus, a China fechou cerca de 70.000 salas de cinema em janeiro. De lá pra cá, a indústria local assistiu suas tentativas de retorno esbarrarem no receio da população e fracassarem repetidamente. Na primeira delas, em março, 600 salas voltaram à ativa, mas fecharam na semana seguinte depois de amargar míseros 2.000 dólares em bilheteria e poltronas vazias. Quatro meses depois, em 20 de julho, a retomada finalmente engrenou, conduzida a fogo baixo pelo relançamento de queridinhos no país, como Harry Potter e a Pedra e Filosofal e Interestellar. Nesse cenário esperançoso, The Eight Hundred é o maior esforço de uma recuperação efetiva do setor desde a reabertura, e o primeiro filme a bater os 100 milhões de yuan desde o início da pandemia, segundo dados do China Box Office.

    Funcionário esteriliza salas de cinema em Shenyang, no norte da China.
    Funcionário esteriliza salas de cinema em Shenyang, no norte da China. (STR/AFP)

    Dirigido por Guan Hu, mais conhecido pelo longa Mr Six, lançado em 2015, e com um orçamento na casa dos 80 milhões de dólares, o título desponta como o filme de guerra mais ambicioso já feito no país ao reviver a famosa defesa da Sihang Warehouse, em 1937, um dos episódios centrais da guerra sino-japonesa. Há, inclusive, quem o descreva como o “Dunkirk chinês”, em referência ao oscarizado longa de Christopher Nolan. Além da comparação, pesa em seu favor uma polêmica instigante: o longa havia sido escolhido para abrir o Festival de Shangai em 2019, mas foi limado da lista na véspera da exibição e teve o lançamento cancelado por supostamente desagradar o partido comunista chinês. Não à toa, a população ficou curiosa, e as previsões mais otimistas projetam que a bilheteria bata a marca dos 200 milhões de dólares durante esse final de semana.

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    O bom desempenho é uma luz no fim do túnel não só para a China, mas para a indústria cinematográfica como um todo, que amargou um prejuízo na casa dos bilhões na primeira metade do ano. Por ser o segundo mercado mais rentável, atrás apenas dos Estados Unidos, o aquecimento da indústria local pode impulsionar a curva de recuperação do setor, já que o vai-e-vem dos cinemas chineses durante a pandemia, junto ao mercado americano, foi o principal entrave para grandes estreias globais. A exemplo disso, a Disney optou por lançar o aguardado Mulan direto no Disney+, mas o live-action chega a alguns mercados asiáticos em setembro. Também entre o fim de agosto e o início de setembro, Tenet, filme de Christopher Nolan sobre o qual recai a expectativa de “salvador da indústria”, assume as telas em mais de 70 países. Enfim, uma esperança para os cinemas.

     

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