Um novo erro do procurador de Manhattan no caso Harvey Weinstein veio à tona: ele admitiu nesta quarta-feira (17) que um detetive da polícia de Nova York aconselhou uma das mulheres acusadoras do produtor a apagar mensagens que não queria que fossem vistas antes de entregar seu telefone às autoridades.
Em uma carta datada na terça-feira e enviada ao advogado de Harvey Weinstein, a procuradora-adjunta responsável pelo caso reconheceu que o inspetor havia feito esta recomendação a duas mulheres que apresentaram cinco acusações contra Weinstein, correspondente a um suposto estupro em 2013 e de sexo oral forçado em 2006.
Como a demandante se preocupava com mensagens “privadas” fossem transmitidas ao procurador nesta ocasião, o detetive que dirigia a investigação para a polícia de Nova York, Nicholas DiGaudio, aconselhou que “apagasse tudo o que não queria que fosse visto antes de entregar os telefones”, disse a procuradora-adjunta Joan Illuzzi-Orbon.
“Este novo fato mina ainda mais a integridade de uma acusação já deficiente”, disse o advogado de Harvey Weinstein, Ben Brafman, citado por seu porta-voz.
Embora a procuradora-adjunta garanta que a demandante entregou todo o conteúdo de seus telefones ao procurador, esta admissão enfraquece ainda mais a procuradoria, que teve que abandonar na quinta-feira passada uma das acusações contra o produtor de 66 anos.
Weinstein foi acusado de abuso sexual por cerca de 80 mulheres, mas o processo contra ele no primeiro semestre deste ano se baseou nas denúncias de apenas três mulheres.
Desde quinta-feira, somente se mantiverem as acusações de duas delas. A terceira, Lucía Evans, a única cujo nome era conhecido, perdeu credibilidade depois que uma testemunha disse que ela aceitou praticar sexo oral em Weinstein, com a esperança de obter um papel em uma produção.
O afastamento de Evans do caso se deveu em parte a um erro do inspetor DiGaudio, que não revelou ao procurador a existência deste testemunho contraditório.