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Promotoria cobra R$ 7 mi de youtuber Júlio Cocielo por tuíte sobre Mbappé

Ação civil pública defende que mensagem publicada no Twitter sobre o jogador da seleção francesa foi racista e pede indenização por dano social coletivo

Por Redação
Atualizado em 13 set 2018, 18h46 - Publicado em 13 set 2018, 18h38
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  • Dois promotores de Justiça de Direitos Humanos ingressaram com uma ação civil pública contra o youtuber Júlio Cocielo por causa de um tuíte que ele publicou durante a Copa do Mundo sobre o jogador da seleção francesa Kylian Mbappé. Eduardo Valério e Bruno Orsini Simonetti pedem que ele seja condenado a pagar 7,4 milhões de reais por dano social coletivo por causa do teor da mensagem, considerado racista. Os promotores também pedem a quebra do sigilo bancário do youtuber.

    No final de junho, Cocielo escreveu no Twitter: “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão (sic) top na praia, heim?”. Imediatamente, o youtuber passou a ser acusado de racismo pelos usuários da rede social por ter associado a imagem de Mbappé, que é negro, a de assaltantes que atuam nas praias fazendo arrastões.

    Para os promotores, a frase de Cocielo é uma “notória manifestação de racismo”. “Trata-se de um jovem jogador negro, francês de ascendência camaronesa, de compleição física robusta e que mostrou, nos jogos da seleção francesa na Copa da Rússia, impressionantes velocidade e explosão, daí advindo, em notória manifestação de racismo, a sua associação com os assaltantes (negros, na ótica do autor) que praticam crimes de roubo nas praias brasileiras, sobretudo fluminenses, sempre sob contínua e desabalada corrida”, dizem na ação.

    Eduardo Valério e Bruno Orsini Simonetti ainda anexaram à ação prints de publicações antigas de Cocielo que também tinham teor racista e que, segundo eles, violavam direitos fundamentais, ofendendo os direitos humanos e a Constituição. Na época da publicação sobre Mbappé, usuários do Twitter chegaram a resgatar essas mensagens antigas. Uma delas, de 2013, dizia: “O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”.

    Cocielo, que chegou a perder trabalhos publicitários por causa das postagens, pediu desculpas na ocasião. “O tuíte foi interpretado de mil formas diferentes e gerou uma grande discussão. Pegaram alguns comentários antigos, de uns oito anos atrás, que eu já havia feito aqui no Twitter, tenho até vergonha”, afirmou. “Vivendo e aprendendo! Não vou entrar em nenhuma discussão, assumo meu erro! Desculpa!”

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    Cocielo ainda não comentou a ação dos dois promotores. Procurada, a assessoria do youtuber não respondeu até a publicação desta nota.

     

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