Rock in Rio: expectativas (boas e ruins) para a 1ª edição desde a pandemia
Reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro, o festival se tornou uma marca onipresente na cidade
Com uma escalação que mescla de artistas que nunca se apresentaram no Rock in Rio, como Dua Lipa, Justin Bieber, Megan Thee Stallion, Maneskin e Post Malone, com velhos conhecidos, como Capital Inicial (que já tocou seis vezes no Rio de Janeiro e uma vez em Portugal) e Ivete Sangalo (que tocou cinco vezes no Rio e outras nove entre Lisboa, Madri e Las Vegas), o festival começa nesta sexta-feira, 2, com a promessa de ser uma das maiores edições da história. Dos artistas internacionais, Guns N’ Roses e Iron Maiden lideram com quatro shows cada.
Com os ingressos esgotados, o Rock in Rio reunirá em seus sete dias de evento cerca de 700 mil pessoas no Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o equivalente a 10% da população da capital fluminense. Não por acaso, o festival é indiscutivelmente um dos eventos mais famosos da cidade, mas o hype em cima dele é tão grande que a sensação às vésperas da abertura dos portões é a de que se trata do evento mais importante do Brasil nos últimos 200 anos. E olha que entre os dois finais de semana de Rock in Rio acontece o bicentenário da Independência (mas alguém ainda se lembra disso?). Nesta quinta-feira, 1º, a cidade amanheceu vestida para o festival com a marca do Rock in Rio estampada em todos os lugares: no aeroporto e dentro dos aviões, em outdoors e bancas de jornais, nas padarias, no Uber, além de reportagens ad nauseam na TV e nas rádios destrinchando até a cor da cueca de um roqueiro qualquer.
Tanto interesse faz sentido. Neste ano, serão 670 artistas, mais de 250 shows em 500 horas de entretenimento. Cerca de 60% dos ingressos vendidos foram para fora do estado do Rio de Janeiro trazendo para a cidade 1,7 bilhão de reais em impacto econômico, através da rede hoteleira (que está 100% preenchida), comércio e pontos turísticos e da geração de 28 mil empregos (entre diretos e indiretos), segundo dados divulgados pela organização do festival. Na esfera pública, o apoio não é menor. O estado e o município do Rio de Janeiro reconhecerem o Rock in Rio como patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes decretou ponto facultativo municipal na sexta-feira, chamado de “Dia do Reencontro”, como forma de celebrar um ano do início das medidas de flexibilização das restrições adotadas durante a pandemia – e, obviamente, também para celebrar o início do Rock in Rio.
Nesta sexta-feira, o festival será aberto com a noite do metal, com shows de Sepultura, Iron Maiden, Dream Theater, Living Colour + Steve Vai, Black Pantera, Ratos de Porão, Gangrena Gasosa, entre outros. No sábado, o dia será dedicado à música eletrônica, com shows de Alok, Jason derulo, Marshmello e Post Malone. Mas também terá apresentações de rap com Criolo e Racionais MC’s. O primeiro fim de semana será encerrado com atrações pop, com Jota Quest, Demi Lovato e Justin Bieber, além de Gilberto Gil, Emicida e Luísa Sonza.
Embora o festival se esforce para garantir que todas as atrações anunciadas irão se apresentar, no passado já ocorreram cancelamentos de última hora, como Lady Gaga em em 2017. Neste ano, há o receio de que o mesmo possa ocorrer com Justin Bieber. O cantor revelou ter uma condição chamada síndrome de Ramsay Hunt, que causa paralisia facial e ainda não se recuperou completamente. Oficialmente, o Rock In Rio confirma o show do cantor.
Para quem não vai ao festival, resta a opção assistir pela TV. O canal Multishow vai transmitir todos os shows do palco Mundo e Sunset a partir das 15h. O Bis vai transmitir os shows dos palcos Espaço Favela e New Dance Order, a partir das 17h30. Também é possível acessar os canais pelo Globoplay.