Ao som do toque ritual de Xangô, o Salgueiro mostrou força ao entrar no sambódromo na madrugada desta segunda-feira, 4, no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. O samba, um dos melhores do ano, ajudou a performance da escola, que parecia disposta a brigar com a Viradouro – até então, a melhor da noite.
A escola radicalizou ao tratar do tema – incluiu toques de atabaques na bateria e levou componente caracterizado como yaô, jovem iniciado no culto.
Para marcar a homenagem ao orixá da Justiça e surfar na onda do protesto que tanto sucesso fez em 2018, o Salgueiro incluiu alas que tratavam de lavagem de dinheiro e de punição de corruptos.
Ao trazer o enredo para o mundo dos mortais, a escola perdeu força. Os componentes também pareceram cansados – com medo de estourar o tempo, a escola apertou o passo na parte final do desfile e a bateria acelerou a batida.
Ao final, arrancou alguns gritos de “É campeão!”, mas não deve ser desta vez.