Sem patrocínio, Prêmio da Música Brasileira não será realizado em 2019
Após saída da Petrobras, em abril, idealizador da premiação não encontrou nova fonte de verbas
Depois de meses em silêncio sobre as negociações com possíveis novos patrocinadores, o idealizador do Prêmio da Música Brasileira, José Maurício Machline, anunciou que o evento não será acontecerá este ano. O empresário desistiu definitivamente do prêmio depois da saída da Petrobrás, em abril.
“Havia boas intenções, mas sem nenhuma verba”, conta Machline. Quando saiu a notícia de que havia um risco do prêmio não ser realizado, o governo estadual de São Paulo procurou Machline para que o evento fosse transferido para a cidade. “São Paulo viabilizou o teatro, mas não conseguiria ter a verba para fazermos da maneira como o prêmio sempre foi realizado. Seria então um prêmio menor, mas não acho que teria a cara do que sempre foi.” O Rio também fez uma proposta, mas o diretor sentiu a mesma limitação e preferiu não fechar. “Além das limitações, eu prefiro fazer sempre com dinheiro privado”, diz.
Machline explica que, mesmo se conseguisse um patrocinador hoje para fazer como quer, ele teria problemas cronológicos, já que a premiação depende de lançamentos concentrados em um determinado período do ano. “O ano letivo da validade dos lançamentos vai até 31 de dezembro de 2018. Muitos artistas já estão com discos novos lançados depois desse dia, com shows novos.” Para evitar um prêmio frio, ele resolveu anunciar a desistência da noite.
O produtor diz que não sabe também se consegue ou não realizar o prêmio no ano que vem. E que, se conseguir, não imagina se será no Rio ou em São Paulo. “Há uma indefinição das próprias leis de incentivo, as pessoas não sabem no que vai dar”, ele diz, sobre os prováveis patrocinadores. “O momento é complicado em termos culturais, estamos com muitas mudanças.”
Quando surgiu, em 1988, o prêmio era patrocinado pela empresa de eletrodomésticos Sharp em 1988 Daí, o nome Prêmio Sharp de Música Brasileira. Posteriormente, o evento mudou de nome a cada novo patrocinador: já se chamou Caras, TIM e desde 2009 passou a ser chamar Prêmio da Música Brasileira. Ele não foi alterado nem com a chegada de um novo patrocinador, a Vale, em 2010.
Machline conta que não havia ainda um nome definido para ser o homenageado do ano. “Pensei em alguns, mas não havia fechado nada”. O artista lembrado ganhava versões exclusivas de suas músicas cantadas durante a noite. Alguns deles foram Clara Nunes (em 2009), Maria Bethânia (2005), Ney Matogrosso (2017) e Luiz Melodia (2018).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.