O teatro Scala de Milão, um dos mais importantes palcos da história da ópera, foi reaberto para o público nesta segunda-feira, 10. Trata-se de uma notícia alvissareira não só para a região da Lombardia, que foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia do coronavírus na Itália, como também para as artes mundiais. Com quase 250 anos de existência, o Scala foi palco de antológicas apresentações clássicas, especialmente das obras de Gioacchino Rossini, Gaetano Donizetti e Vincenzo Bellini.
A abertura restrita a convidados ocorreu após um fechamento total de quase sete meses, depois que a segunda onda de Covid-19 atingiu o país. No programa, os integrantes da orquestra, conduzidos por Riccardo Chailly, executaram árias de Giuseppe Verdi e Richard Wagner, com a estreia da soprano norueguesa Lise Davidsen, de 34 anos, para um público de 500 pessoas. O local tem capacidade para abrigar 2.030 pessoas.
Na Itália, a reabertura foi comparada com aquela ocorrida há 75 anos, após a reconstrução do teatro, danificado durante a Segunda Guerra Mundial. O retorno, no entanto, só foi possível após uma ampla campanha de vacinação e na queda do número de contaminados e mortos no país.
O simbolismo da reabertura da casa representa a esperança de que a vida voltará ao normal para cerca de um milhão de habitantes que vivem no centro econômico do país. A lembrança ainda recente das mortes e do rigoroso lockdown implementado pelo governo, finalmente está ficando para trás.