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‘The Walking Dead’: morte de personagem tira série do coma

Despedida de Carl sugere novo rumo na trama que enfrenta queda de audiência

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 fev 2018, 19h52 - Publicado em 26 fev 2018, 12h58

Mais um relevante personagem de The Walking Dead deu adeus ao elenco. No domingo 25, a série apocalíptica retornou com a segunda parte da oitava temporada com uma morte já engatilhada. Carl (Chandler Riggs), no episódio que encerrou a primeira etapa da temporada, revelou ter sido mordido por um zumbi, sentença que nos primórdios do programa aniquilou muitos personagens – antes da mesmice do confronto de homens maus versus homens ainda piores.

É comum entre os fãs a repetição do mantra “The Walking Dead não é uma série de zumbis”. A frase é correta, mas não é uma verdade absoluta. A epidemia que dizimou grande parte da humanidade criou mortos-vivos famintos, catalisadores do surgimento de vivos que se sentem mortos e agem com pouco senso de consequência em um mundo sem leis.

A mescla de elementos de thriller, terror e drama, entre teorias filosóficas e religiosas, era o diferencial do série, que acabou pesando a mão na violência com a chegada de Negan (Jeffrey Dean Morgan), um ótimo vilão, mas repleto de excessos e de um sadismo que não é novidade no roteiro repetitivo.

A guerra entre as comunidades que se organizaram no fim do mundo ganhou uma pausa para a despedida do filho de Rick (Andrew Lincoln), em um bom e emotivo episódio. Carl relembrou, em meio a tantos tiros, facadas e pauladas entre humanos, que existe um inimigo em comum: os zumbis. Ao contrário de outros personagens queridos, como Glenn (Steven Yeun), vítima de Lucille (o taco com arame de Negan), o jovem teve tempo de se despedir dos amigos e da família. Enquanto o fazia, uma utopia da comunidade Alexandria em paz se revelava na tela.

O respiro dramático não veio do nada. Segundo o showrunner da série, Scott M. Gimple, a visão de Carl pode, de alguma forma, se estabelecer. A inspiração vem da fase dos quadrinhos (que dão origem ao programa), a partir da edição 127, quando Alexandria se recupera da guerra. “Queríamos que Carl tivesse uma visão idealista de um futuro que acontece na HQ. Sabemos que o que vem depois da edição 127 está longe de ser o ideal, mas é um começo. Lembro que li e pensei: ‘Nossa, finalmente as coisas começaram a se acertar nesse universo’”, contou Gimple em entrevista à revista americana Entertainment Weekly.

Com tamanha queda de audiência, The Walking Dead, em sua oitava temporada, faz bem em olhar para um futuro em que as peças vão começar, finalmente, a se encaixar. E, quem sabe, chegar a um fim digno de sua longa história na TV.

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