Último dia de desfiles no Rio tem Marielle e escola que polemizou em 2018
Mangueira e Paraíso do Tuiuti estão entre os destaques desta segunda-feira, 4
O último dia de desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 4, será marcado por um clima de nostalgia, resistência e poesia, com um pé no Rio e outro no Nordeste. Confira como será a segunda noite do Carnaval carioca:
A São Clemente, que abre a avenida às 21h15, recicla o samba-enredo de 1990 palavra por palavra para exaltar os Carnavais de outros tempos, com o enredo E o Samba Sambou….
Às 22h30, a Vila Isabel homenageia a cidade de Petrópolis com o samba-enredo Em Nome do Pai, do Filho e dos Santos – A Vila Canta a Cidade de Pedro.
Já a Portela lembra a cantora Clara Nunes e exalta a cultura e as religiões africanas com o enredo Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar uma Sabiá, a partir das 23h25.
O cenário nordestino vai aparecer no desfile da União da Ilha, à 0h30, com um samba sobre a poesia dos cearenses Rachel de Queiroz e José de Alencar.
Em seguida, à 1h35, a Paraíso do Tuiuti fará uma homenagem ao bode ioiô – um símbolo pitoresco do povo marginalizado. No ano passado, a escola chamou a atenção ao colocar um presidente vampiro como destaque num de seus carros alegóricos e, desta vez, o grupo já mostrou que não ficará de fora das polêmicas: no último ensaio, a Comissão de Frente trouxe homens engravatados dançando ao lado de bailarinas vestidas de laranja, cor que se tornou símbolo da corrupção no país.
Ela, porém, não estará sozinha nas críticas políticas. Às 2h40, a Mangueira também vem provocadora com uma letra dedicada às “histórias pra ninar de gente grande”, que são as narrativas de insubordinação silenciadas ao longo dos anos, como a da vereadora Marielle Franco, que será citada.
Quem fecha os desfiles é a escola Mocidade Independente de Padre Miguel, com o samba-enredo Eu Sou o Tempo. Tempo é Vida, que promete uma reflexão sobre passado, presente e futuro a partir das 3h45.