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Venda de e-books cresce consolidando hábito da pandemia

Pesquisa aponta que setor editorial segue em expansão, enquanto conteúdo digital registrou acréscimo de 12%

Por Gabriela Caputo 17 Maio 2022, 16h50

Durante a pandemia, o mercado editorial apresentou um inesperado e significativo crescimento. Com as pessoas passando mais tempo dentro de casa, o período antes dedicado ao deslocamento pôde ser empenhado em outras atividades, dentre elas a leitura. Nesse cenário, o consumo de formatos digitais, como os e-books e os audiolivros, também escalou. A reabertura gradual do comércio, por sua vez, impulsionou ainda mais o mercado livreiro. Em 2021, foram 55 milhões de cópias de livros vendidas, um crescimento de quase 30% em relação ao ano anterior, 2020. Mesmo agora, com os efeitos da pandemia atenuados e o retorno das pessoas às suas rotinas pré-pandêmicas, o setor continua aquecido.

Segundo as pesquisas Produção e Vendas e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro, coordenadas pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e com levantamentos produzidos pela Nielsen Book, o movimento é de expansão. No digital, “a expectativa de um grande crescimento na participação do e-book nas vendas totais não se concretizou, apesar do significativo avanço nominal”, disse o presidente do SNEL, Dante Cid, em comunicado.

Segundo a pesquisa de Conteúdo Digital, o faturamento total destrinchado entre vendas de e-books, audiolivros e outras plataformas de conteúdo digital — registrou acréscimo nominal de 23%, e de 12% em termos reais: foram 180 milhões de reais em 2021, contra 147 milhões em 2020. Desses 180 milhões, foram 125 milhões de reais em vendas de e-books individuais (9,4 milhões de unidades vendidas, sendo 98% representado por e-books e 2% por audiolivros) e 56 milhões em outras plataformas, como bibliotecas virtuais e outros serviços de assinatura digital. No fim das contas, os dados fogem à tese de que o livro físico estaria com seus dias contados: o conteúdo digital continua representando apenas 6% do mercado editorial no país. A pesquisa mostra também que a contribuição de livrarias físicas e de livrarias exclusivamente virtuais foram parecidas no faturamento das editoras 29,95% e 29,86%, respectivamente. 

Os dados ainda revelam que, dentre os quatro grande subsetores do mercado, o de Obras Gerais está em crescimento pelo seu terceiro ano consecutivo. O acréscimo registrado foi de 14%, e de 3% se descontada a inflação. Enquanto isso, os subsetores de Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais) também revelaram aumentos, enquanto o de Didáticos apresentou queda.

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