Venda de livros no Brasil supera R$ 2 bilhões e bate recorde em 2021
No total, mercado editorial registrou 55 milhões de cópias vendidas no ano, um crescimento de quase 30% em relação a 2020
O Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgou nessa sexta-feira, 21, os resultados do mercado editorial em dezembro, apontando um crescimento de 4,9% em relação ao mesmo período de 2020. Com uma arrecadação de 5,4 milhões entre 6 de dezembro e 2 de janeiro, o setor fechou o ano com 55 milhões de livros vendidos e receita de 2,28 bilhões de reais, 29,2% a mais do que em 2020. A notícia é positiva para o mercado: é a primeira vez desde que o relatório passou a ser publicado, em 2015, que a renda ultrapassa os 2 bilhões.
Feito em parceria com a Nielsen, o painel consolida dados semanais coletados diretamente do caixa das livrarias, e-commerce e varejistas, traçando um panorama amplo sobre o andamento do mercado editorial no país. “Foi um ano de números superlativos. Na macroeconomia, a inflação é de 2 dígitos, e no mercado livreiro, o crescimento se aproxima de 20 pontos percentuais acima da inflação”, analisa em comunicado Ismael Borges, gestor da Nielsen Book Brasil.
Pegas de surpresa pelo coronavírus, as livrarias foram forçadas a fechar as portas no início de 2020, e amargaram um primeiro semestre complicado. Mesmo assim, o primeiro ano da pandemia se encerrou com uma queda de apenas 0,48% em relação a 2019, depois que as vendas digitais e o hábito de leitura impulsionado pelo isolamento salvaram a arrecadação. Em 2021, com um cenário pandêmico já mais controlado, a recuperação veio a galope. “Ficamos muito felizes com os resultados, por ter demonstrado que a retomada do hábito de leitura permaneceu forte, mesmo sob todas as complexidades do ano que passou”, comenta Dante Cid, presidente do SNEL.
Outro ponto coberto pelo painel é o preço médio do livro – que, em 2021, foi de 43,26 reais. O número representa um crescimento de 8,77% em relação a 2020, quando o valor era de 39,77 reais – o desconto aplicado às vendas, por outro lado, registrou uma queda de 2,42%. Tal aumento indica que o coronavírus está a caminho de ceder seu lugar de vilão do mercado para outra ameaça latente. “Para o ano que se inicia, a inflação em elevação traz um novo desafio, e precisaremos manter a resiliência demonstrada pelo setor até agora”, projeta Cid.