Por que se aventurou no crescente mercado dos NFTs, tecnologia que permite certificar obras digitais como únicas e insubstituíveis? Estou sempre ligada em tudo o que acontece no mundo. Eu amo experimentar coisas novas. O mercado de criptoarte está num momento bom, temos uma foto inédita e com uma história muito legal.
A foto foi feita após a câmera ser danificada em um ensaio num manguezal em Ilhabela (SP), em 1976. Por que a resgatou? Além de inédita, essa imagem tem uma história interessante. O “acidente” acabou transformando a foto. Ali está a minha arte, a arte de Bubby Costa (fotógrafo) e a arte da natureza. Isso é o máximo. Estávamos eu e Bubby fazendo nosso trabalho num ambiente hostil, e então a natureza decidiu trabalhar também. Quando a câmera caiu na água, as marcas que ficaram nela criaram uma obra única.
Quais lembranças a foto lhe traz? É um registro feito num momento importante para mim. Quando saí de Blumenau (SC, onde nasceu), meu objetivo era ser atriz. Fizemos a foto enquanto me preparava para gravar Espelho Mágico, minha primeira novela. Era a concretização de uma meta de vida. Eu sabia o que queria, e estava certa.
Parte do dinheiro arrecadado vai para uma instituição que busca atenuar os impactos da Covid-19 no Rio. Como a pandemia afetou sua vida? A pandemia me afeta no afeto. Não encontro as pessoas que amo com a frequência que quero. Não faço coisas que adoro, pois estou confinada. Mas sou afetada de uma forma insignificante quando penso nos que, além de estarem sem afeto, estão sem trabalho, sem comida, sem saúde, sem perspectiva. O Brasil vive um momento muito triste. É necessário contribuir de alguma forma.
Na pandemia, você tem compartilhado nas redes sociais dicas de filmes, séries e livros. Por que faz isso? Embarquei nas redes bem antes da pandemia. Sempre indiquei filmes, séries, peças de teatro. Na pandemia, passei a consumir muito streaming. Comprei um celular e comecei a lidar com os fãs, responder, interagir. A interação está sendo importante para eles e para mim.
Tem vontade de voltar a fazer trabalhos na televisão? Sim. Gosto muito de fazer novelas e tenho recebido convites. Fiz algumas reuniões, mas nada está fechado. Ainda leva um tempo até estarmos todos seguros. Mas hoje as “telinhas” também são outras, né? Em breve, o público poderá me ver nos celulares e computadores, em um monólogo virtual. Estou muito animada.
Publicado em VEJA de 7 de julho de 2021, edição nº 2745