Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Continua após publicidade

Virei herói. E agora?

Com sua combinação de ironia pop e inocência juvenil, 'Shazam!' é uma prova de que ainda há território por desbravar nos filmes de super-heróis

Por Isabela Boscov Atualizado em 4 jun 2024, 16h39 - Publicado em 5 abr 2019, 07h00

Prestes a morrer, um grande mago transfere para Billy Batson (Asher Angel), de 14 anos, todos os seus poderes, transformando-o em um super-herói destinado a impedir o domínio dos sete pecados capitais sobre a humanidade. Billy ignora o nome desse novo ser e não faz ideia das habilidades que possui — mas entre elas não está o dom de se livrar do traje ridículo (vermelho com detalhes dourados, e finalizado por uma capa branca) com que é obrigado a circular pela cidade. Entretanto, ele sabe muito bem como aproveitar a clausura nesse corpo de 30 e poucos anos, 1,93 metro de altura e ombros largos: cata o amigo Freddy (Jack Dylan Grazer) e entra numa loja para comprar o objeto de desejo número 1 de um adolescente americano — a cerveja proibida aos menores de 21 anos. Do lado de fora, felizes, eles brindam, entornam um belo gole e… cospem imediatamente aquela coisa amarga e repulsiva. “Agora, sim!”, dizem, aliviados, ao brindar de novo, desta vez com refrigerantes: assim como seu personagem-título, Shazam! (Estados Unidos, 2019), já em cartaz no país, é uma combinação esfuziante de ironia pop com inocência juvenil. A DC Comics já ia chegando lá com Mulher-Maravilha e Aquaman, mas agora acertou no alvo: em Shazam!, ela tem um filme que trabalha áreas do humor e da ação ainda não exploradas pela rival Marvel, e que equilibra sua ingenuidade cativante com seu entusiasmo e também com algumas notas muito autênticas de melancolia.

Em boa parte, o que faz o filme funcionar tão bem é Zachary Levi, que encarna Billy na sua persona heroica: assim como Tom Hanks em Quero Ser Grande (que ganha aqui várias homenagens), Levi calibra com virtuosismo as manifestações infantis e adultas de seu protagonista, sem nunca parecer falso; ele é, de fato, alguém que está no limiar entre essas duas etapas da vida (é, em outras palavras, um adolescente). O mago o escolheu após décadas de busca, mas Billy mesmo não entende por quê: foge de todos os lares adotivos em que o colocam e não dá muita chance a ninguém, nem mesmo a Freddy e às outras crianças que vivem com o casal adorável em cuja casa ele acaba de ser depositado. Sua obsessão é encontrar a mãe, de quem se perdeu num parque lotado, quando era pequeno (e, agora que virou herói, fazer vídeos campeões de acessos no YouTube).

Também o vilão de Shazam! sofre de uma avaria emocional. Em criança, Thaddeus Sivana (Mark Strong) foi testado pelo mago e reprovado, e nunca se conformou. Como uma criança contrariada, quer o doce que lhe negaram. Sivana é um vilão que serve aos propósitos da trama, e olhe lá. Mas tudo mais no filme é acertado: as gagues visuais são deliciosas, o humor é criativo, a ação é original, o elenco é excelente. O diretor David F. Sandberg vem de dois terrores não exatamente memoráveis, Quando as Luzes Se Apagam e Annabelle 2. Mas, pelo jeito, dentro dele se escondia um jovem Steven Spielberg: um cineasta que filma com júbilo e que tem fé não só no caráter e na inteligência de seus personagens, como também em sua plateia.

Publicado em VEJA de 10 de abril de 2019, edição nº 2629

carta
Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.