Momentos após a estreia da série documental Allen v. Farrow, neste domingo, na HBO, um porta-voz do cineasta Woody Allen divulgou um comunicado criticando a série chamando-a de uma “peça ruim baseada em falsidades”. O programa, que terá quatro episódios, conta os bastidores das acusações de abuso sexual que Dylan Farrow alega ter sofrido na infância de Allen, seu pai adotivo.
A minissérie traz entrevistas com Dylan, hoje com 35 anos, seu irmão Ronan e a mãe Mia Farrow, 76. Dylan voltou a afirmar que Allen a assediou sexualmente em agosto de 1992, quando ela tinha apenas 7 anos. No mesmo ano, o cineasta assumiria publicamente o relacionamento amoroso com Soon-Yi Previn, 35 anos mais nova e também filha adotiva de Mia. Soon-Yi conheceu Allen quando ela tinha 16 anos e o cineasta era companheiro de Mia.
Allen e Soon-Yi se recusaram a participar do documentário, que conta apenas a versão de Mia. No primeiro episódio, a atriz, então namorada do cineasta, diz que Allen não queria se aproximar de nenhum dos filhos adotivos da atriz (ela já era mãe de sete crianças). Mas o diretor teria demonstrado um interesse por Dylan de modo que a garota chegava a se esconder toda vez que via o diretor.
As denúncias já são amplamente conhecidas, porém o documentário traz novas imagens obtidas pelos produtores que tiveram acesso a mais de 60 caixas de arquivos de processos armazenados em um escritório de advocacia desde os anos 1990. Há ainda diversos vídeos caseiros de Mia Farrow e de outras pessoas que mostram Dylan contando detalhes do abuso. Com a ausência de Allen, o documentário usa trechos narrados de sua autobiografia em que ele comenta as denúncias.
“Esses documentaristas não estavam interessados na verdade”, escreveu Allen no comunicado, dizendo que ele foi procurado pela produção do documentário dois meses antes da exibição para dar sua versão. “Naturalmente recusamos”, disse ele. “Embora este ataque medíocre chame a atenção, ele não muda os fatos”, completou.