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21,5 mil empresas fecharam as portas em 2017, pior resultado desde 2010

Cinco milhões de companhias estavam ativas no país; desde o início da crise econômica, em 2014, o número de empresas recuou em 74,2 mil, aponta IBGE

Por da Redação
Atualizado em 26 jun 2019, 15h24 - Publicado em 26 jun 2019, 12h45

Mesmo após a recessão econômica, o cenário para empresas no Brasil continuou difícil. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 21,5 mil empresas em todo o país fecharam as portas em 2017, ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a ficar positivo, em 1,1%.  Ao todo, foram abertos 5 milhões de negócios em 2017, o pior resultado desde 2010, quando o número chegou a 5,1 milhões. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado nesta quarta-feira, 26.  

Segundo o IBGE, desde o início da crise econômica, em 2014, o número de empresas recuou em 74,2 mil e a população assalariada diminuiu em 3,2 milhões no território brasileiro. Os dados são das Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, divulgadas nesta quarta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Vemos que houve redução importante nos últimos anos e está difícil para as empresas se estabelecerem e gerarem empregos. Por isso, tanto em número de empresas como em pessoal assalariado, estamos em um patamar do início da década passada”, ressaltou a analista da pesquisa, Denise Guichard.

No último dia do ano de 2017, as empresas e organizações brasileiras ocupavam 51,9 milhões de pessoas, sendo 45,1 milhões delas assalariadas. No ano, foram pagos R$ 1,7 trilhão em salários e outras remunerações. O salário médio mensal foi R$ 2.848,77, o equivalente a 3,0 salários mínimos.

Em relação a 2016, o pessoal ocupado aumentou 1,0%, com 550,7 mil assalariados a mais, mas 22,6 mil sócios e proprietários a menos. O total de salários e outras remunerações subiu 2,4%, enquanto o salário médio mensal cresceu 4,9%, em termos reais.

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Em 2017, o segmento de Comércio manteve a maior fatia de empresas e outras organizações (37,5%), do total de ocupados (21,9%) e de trabalhadores assalariados (19,5%).

A atividade Administração Pública, Defesa e Seguridade Social foi responsável pela maior parcela de salários e outras remunerações pagas, 24,4% da massa de rendimentos recebidos pelos trabalhadores.

Grau de instrução influencia salário

O estudo revelou ainda que o percentual de ocupados com nível superior cresceu de 16,5% para 22,6%, entre 2009 e 2017. Isso representou aumento de 53,8% de pessoal com nível superior, passando de 6,6 milhões para 10,2 milhões de pessoas. O salário médio de quem possuía nível superior era quase três vezes superior às pessoas sem esse nível de instrução. Em 2017, o salário médio mensal variava de 1.971,82 reais, entre as pessoas sem nível superior, para 5.832,38 reais, entre as pessoas com nível superior.

“O pessoal assalariado ocupado com nível superior vem crescendo desde 2009 até nos períodos de crise. A pessoa com melhor formação tem mais chance de entrar no mercado de trabalho, ou seja, tem havido maior absorção de profissionais pelas empresas. Mas isso não quer dizer que estão em posto de nível superior”, afirmou Guichard.

Segundo o levantamento, a participação das mulheres no pessoal ocupado total aumentou de 41,9% para 44,6% entre 2009 e 2017. Isso tem contribuído para a redução da desigualdade salarial entre homens e mulheres, que passou de 25% para 20,7%, entre 2009 e 2017. Mesmo assim, enquanto homens recebiam um salário médio mensal de 3.086,00 reais, o das mulheres era de 2.555,84 reais.

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