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85% das indústrias no Brasil adotam práticas de economia circular, aponta CNI

Hábitos sustentáveis reduzem a emissão de gases de efeito estufa, acreditam 68% dos empresários

Por Leticia Yamakami Atualizado em 15 out 2024, 09h27 - Publicado em 15 out 2024, 09h04

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Centro de Pesquisa em Economia Circular da Universidade de São Paulo (USP) aponta que 85% das indústrias no Brasil desenvolvem pelo menos uma prática de economia circular sistema em que o modo de produção é redesenhado para permitir um fluxo circular dos recursos, minimizar os resíduos e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Os resultados serão apresentados nesta terça-feira, 15, na Casa Firjan, no Rio de Janeiro, em evento com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). “A transição para a economia circular não é apenas uma aspiração, mas uma realidade em constante evolução na indústria” afirma Ricardo Alban, presidente da CNI. Para ele, os setores industriais têm demonstrado um compromisso crescente com a adoção de práticas mais sustentáveis.

O estudo ouviu 253 indústrias de transformação e construção entre 17 de maio e 30 de julho de 2024. Das entrevistadas, 50% têm programas de sustentabilidade e/ou práticas que melhoram sua efetividade com ganhos ambientais. Pouco menos da metade, entre 40% e 42%, desenvolvem produtos que podem ser recuperados, que minimizem o consumo, a perda de materiais e a energia em seu ciclo de vida ou com aumento da durabilidade, substituem material virgem por reciclado e fazem reúso de efluentes tratados na produção. 31% fazem reciclagem e 26% praticam a logística reversa.

Para além das alternativas de economia circular adotadas, o levantamento mostrou que 68% dos empresários afirmam que as medidas contribuem para a redução de gases de efeito estufa e, consequentemente, para o combate às mudanças climáticas. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), iniciativa do Observatório do Clima, o setor de resíduos foi responsável por 4% (91,3 milhões de toneladas) das emissões de CO2 no Brasil em 2022.

De acordo com o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, as práticas também contribuem para uma transição para a economia de baixo carbono. “É menos emissão de gases de efeito estufa, menor extração de novos recursos, melhor uso de energia”, avalia Muniz. “As empresas reduzem a pegada de carbono da atividade industrial e evitam agravar outras questões, como a redução da vida útil dos aterros”, explica.

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Incentivo à adoção das medidas sustentáveis

A CNI e a FIESP abriram uma chamada pública para selecionar boas práticas da indústria em economia circular. Podem participar as indústrias da América Latina e Caribe que se inscreverem até o dia 31 de outubro no site da FIESP. As escolhidas serão divulgadas pelas instituições no Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF2025), o maior evento anual sobre o tema que ocorrerá pela primeira vez na América Latina, nos dias 13 e 14 de maio de 2025, em São Paulo.

Rota da Maturidade

A CNI também desenvolveu uma ferramenta gratuita — a Rota da Maturidade que permite que as empresas façam uma autoavaliação e recebam um diagnóstico sobre o grau de adoção de práticas de economia circular. A partir desse relatório, a ferramenta apresenta recomendações, com sugestões de medidas que podem ser implementadas para alavancar a sustentabilidade da organização.

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