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A alfinetada de Cristina Junqueira, do Nubank, na Americanas

Cofundadora do Nubank fez troça da participação do banco digital da Americanas em ranking do Banco Central; empresa quer focar nos clientes de alta renda

Por Felipe Mendes Atualizado em 18 Maio 2023, 18h42 - Publicado em 18 Maio 2023, 18h04
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  • Cofundadora do Nubank, a engenheira e empresária Cristina Junqueira, de 39 anos, deu uma “bola fora” em evento de comemoração aos 10 anos de criação da empresa. Para enfatizar que um dos segredos para o sucesso da fintech é a forma como trata seus clientes, a executiva citou o ranking de reclamações divulgado pelo Banco Central no qual o Nubank figura na 14ª posição. “A gente tem orgulho desse último lugar que a gente está nesse ranking”, afirmou ela, antes de cometer um deslize. Acontece que a última colocada no ranking era a Ame Digital, financeira da Lojas Americanas, que encontra-se em recuperação judicial. Então, Junqueira acabou fazendo troça da concorrente: “Aqui embaixo [no ranking] é a Ame Digital, tá? Uma carteira digital da Americanas que a gente sabe que é pouco provável que esteja aqui por muito tempo”, complementou. A plateia, formada por funcionários da empresa, jornalistas e influenciadores, ficou entre risos amarelos e cara de espanto.

    A Ame Digital, braço financeiro da Americanas, passou por cortes de pessoal nas últimas semanas. A Americanas e suas subsidiárias estão imersas em uma crise desde janeiro deste ano, com a revelação de uma inconsistência contábil de 20 bilhões de reais. O valor da dívida, entretanto, ultrapassa os 40 bilhões de reais. A empresa está em processo de recuperação judicial. Nesta semana, foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar esse processo. O colegiado é presidido pelo deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) e o relator escolhido é Carlos Chiodini (MDB-SC).

    Nubank

    Polêmicas à parte, Junqueira, que é uma das mulheres mais bem sucedidas do país, deu sinais sobre o que será o futuro do Nubank no Brasil. O banco deve investir para uma maior penetração na classe alta do país e vê o México como mercado estratégico. Ela reconhece que o crescimento da empresa após três anos operando em solo mexicano se deu mais rápido do que no início da operação brasileira. “No México, hoje já são mais de três milhões de clientes só no cartão de crédito. Lembrando que a gente lançou a nossa conta no México há duas semanas e [nesse período] mais de meio milhão de contas foram abertas, um negócio maluco, um fenômeno”, afirmou ela. “A gente tem uma oportunidade de ter um papel ainda maior de inclusão financeira no México, porque a penetração de serviços financeiros lá é muito mais baixa do que no Brasil. Dos nossos clientes de cartão de crédito lá, quase metade, 45%, nunca tinham tido um cartão de crédito. É um mercado que tem tudo para ser, se bobear, até mais relevante do que o Brasil para nós do Nubank”, complementou.

    Junqueira também enfatizou que a empresa deverá dar mais foco para o desenvolvimento de produtos e soluções voltadas ao segmento de alta renda. “A gente precisa chegar em um outro nível. A gente precisa levar a marca para outros segmentos, inclusive de alta renda, e trazer n possibilidades para os nossos clientes à medida em que a gente expande o nosso portfólio”, afirmou. A ideia, segundo ela, é elevar a renda média por cliente ativo dos atuais 8 dólares (esse volume chega a cerca de 22 dólares para clientes mais antigos) para um patamar mais próximo em relação aos tradicionais bancos brasileiros, entre 30 e 50 dólares.

    “Tem muito chão, tem muita oportunidade para a gente continuar crescendo a receita por cliente”, disse ela, enfatizando os novos serviços oferecidos pela marca, como a disponibilidade de consignado, seguros e uma gama de possibilidades voltadas aos investidores, atendendo também a investimentos em criptomoedas. “É muito louco que no Brasil a gente tem muito mais gente investindo em criptomoedas do que na Bolsa de Valores. É algo que o público tem muito interesse. A gente entrou no mercado de cripto muito com a cabeça de que essa é uma classe de ativos que o nosso cliente quer ter exposição. A gente estava vendo os nossos clientes tirarem dinheiro daqui para comprar criptomoedas em outro lugar”, explicou. A empresa calcula que, desde a sua fundação, seus clientes economizaram 39 bilhões de reais em taxas bancárias e pouparam 248 milhões de horas em filas de atendimento.

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