A crítica de Meirelles às “bondades” de Bolsonaro às vésperas da eleição
No Twitter, o ex-ministro da Fazenda afirma que gasto “é eleitoreiro e está disfarçado de social”
Na manhã desta sexta-feira, 7, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que já declarou seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e levanta dúvidas sobre se será convidado para compor o governo Lula em caso de vitória, criticou o aumento dos gastos públicos decorrente das medidas recentes de Bolsonaro que impactam o bolso do eleitor.
“Eu vejo muita gente cobrando programa econômico das campanhas de Lula e Bolsonaro. Não vejo uma cobrança semelhante sobre a gastança do atual governo, que será desastrosa para o país qualquer que seja o presidente no ano que vem”, disse ele em uma montagem com a declaração e sua foto publicada em sua conta do Twitter.
Além do perdão da dívida de até 90% do valor devido por 4 milhões de pessoas físicas e 400 mil empresas clientes da Caixa Econômica Federal, Meirelles citou o anúncio sobre o 13º para mulheres que recebem o Auxílio Brasil e a promessa de incluir mais 500 mil famílias no programa. “Gastos sociais são essenciais. Mas, neste caso, o gasto é eleitoreiro e está disfarçado de social por causa da campanha”, disse ele.
Rombo nas contas públicas
O ex-ministro da Fazenda afirmou que “o governo acelerou o gasto” e que “há cerca de 158 bilhões de reais que não se sabe de onde virão”. Citando o estudo macro do FGV-Ibre, ele afirmou que “o rombo para 2023 pode ser de 430 bilhões de reais”. De acordo com o estudo de Braulio Borges e Manoel Pires, esse valor de 430 bilhões de reais corresponde a 4,2% do PIB e é resultado de uma soma que inclui “mudanças no teto, perdas de arrecadação, custos financeiros e riscos”.