A indigesta missão de Galípolo com o estouro da meta de inflação
Novo presidente do Banco Central deverá enviar uma carta a seu ex-chefe, Fernando Haddad, explicando os motivos do estouro

Com a confirmação do estouro da meta de inflação, que fechou 2024 em 4,83%, bem acima da meta de 3% — e estourando a tolerância de até 4,5% —, o recém-empossado presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem a frente a sua primeira missão oficial do ano: entregar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões que levaram ao estouro do limite estabelecido para o IPCA.
Galípolo prestará os esclarecimentos porque é o novo comandante da política monetária, o braço que cuida oficialmente do índice de preços e dos juros do país. Na carta, Galípolo também terá que dizer como pretende assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A última vez que isso aconteceu foi no início de 2023, quando a meta para 2022 não foi cumprida. Na ocasião, Roberto Campos Neto era o presidente da autarquia.