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A meia volta volver de Milei no câmbio argentino

A guinada, avalia Patrícia Krause, da Coface, é resposta à perda de confiança após falha na meta de reservas e denúncias de corrupção

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 set 2025, 11h16 - Publicado em 3 set 2025, 15h58

Após meses defendendo a livre flutuação do peso, o governo argentino deu meia-volta. O governo do presidente Javier Milei oficializou ontem que o Tesouro passará a atuar no mercado de dólares, em contraste com o discurso de que o peso deveria se mover livremente entre  1.000 e  1.400 pesos argentinos.

Em julho, quando questionado sobre a possibilidade de intervir no câmbio, Milei e sua equipe fizeram questão de rir e bater na mesa ao gritar em coro “flotaaaaa, el dólar flotaaaaaa” (flutuaaaaa, o dólar flutuaaaaa), numa cena que virou símbolo da gestão Milei.

Para a economista-chefe da Coface, Patrícia Krause, o movimento, no entanto, já era esperado diante do acúmulo de pressões. “O movimento que a gente vê na Argentina nesse momento é, de fato, essa maior volatilidade cambial, que já vem desde finais de junho, à medida também que se aproximam as eleições legislativas”, diz.  No próximo dia 26 de outubro  metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado serão renovados. “O governo busca aumentar a representatividade para conseguir passar reformas”, afirma.

Ela ressalta que, além do fator político, pesam dificuldades estruturais: “Tem a questão da dificuldade do governo para acumular reservas. O governo não conseguiu atingir a meta do FMI, que era estabelecida para junho de acúmulo. O FMI concedeu um waiver, ou seja mais tempo, para conseguir chegar a essa meta”.

O acordo da Argentina com o FMI previa que, em junho , o país mantivesse reservas líquidas em torno de  – 1,1 bilhão de dólares, mas o resultado foi pior, de aproximadamente –4,7 bilhões. Diante do descumprimento, o Fundo concedeu um waiver e flexibilizou a meta: agora, o país está autorizado a terminar o ano ainda no negativo, com até  –2,6 bilhões em reservas líquidas.

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A economista cita  ainda a piora do ambiente a partir de junho, com fatores sazonais, mudanças na política monetária e denúncias da gestão Milei que afetaram a confiança. “Essa pressão continua até porque no final de agosto estourou o possível caso de corrupção envolvendo o núcleo do governo. Então, realmente há uma maior volatilidade no mercado e a nova medida que foi anunciada pelo Tesouro ontem foi que eles vão passar a intervir também na taxa de câmbio”, diz.

Na prática, o Tesouro já vinha atuando desde 20 de agosto, com vendas que somaram cerca de 300 milhões de dólares. O anúncio público ocorreu na terça-feira, 2, quando o secretário de Finanças, Pablo Quirno, afirmou que o Tesouro passaria a participar do mercado “para contribuir com sua liquidez e funcionamento normal”.

Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:

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