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A privatização da Petrobras cai no gosto do eleitor, segundo nova pesquisa

Pesquisa XP/Ipespe aponta que 67% dos brasileiros aprovam a desestatização da companhia, caso se comprove que os preços dos combustíveis vão cair

Por Felipe Mendes Atualizado em 20 Maio 2022, 13h26 - Publicado em 20 Maio 2022, 10h15

O tema “privatização”, geralmente, é espinhoso para a maioria da população brasileira. Em suma, há o receio popular de que o serviço prestado por uma estatal fique mais caro para a população após uma desestatização. Mas a última pesquisa Ipespe/XP, divulgada nesta sexta-feira, 20, aponta um indicador curioso: 67% dos brasileiros são favoráveis à privatização da Petrobras, caso fique comprovado que os preços dos combustíveis vão baixar em decorrência disso. Apenas 27% disseram ser contrários à medida, nesses mesmos moldes. É nítido o descontentamento do público com a inflação dos preços dos combustíveis no país. O tema foi incluído na amostra após a encomenda de um estudo sobre a privatização da petrolífera por parte do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. O economista assumiu a cadeira de Bento Albuquerque, desligado do governo um dia após um novo reajuste no diesel que irritou o presidente Jair Bolsonaro e sensibilizou ainda mais a inflação — um dos temas que mais tiram o sono do presidente.

Sem levar em consideração o efeito de queda nos preços, o indicador mostra que 38% dos brasileiros são a favor da privatização da Petrobras — ainda assim, um número considerável, que pode chegar a 41%, na margem de erro. Embora o número de pessoas contrárias à desestatização da companhia seja ligeiramente superior (49%), a amostra dá uma sinalização de que a população não está satisfeita com os rumos da empresa, já que os repasses nos valores praticados nos combustíveis têm um impacto significativo na inflação que assola o dia a dia das famílias.

A pesquisa também perguntou quem é o maior responsável pelo aumento no preço dos combustíveis. Para a grande maioria dos entrevistados, 64%, a principal culpada pelos repasses nos preços é a Petrobras. O presidente Jair Bolsonaro aparece na segunda posição, com 45%, na lista de quem tem “muita responsabilidade” pela alta do valor da commodity. A guerra na Ucrânia, que fez com que a cotação do barril de petróleo disparasse internacionalmente, apareceu logo em seguida, com 40%, empatada com os governadores dos estados. Para 37% da população, os governos petistas, de Lula (2002-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), têm “muita responsabilidade” pela atuação situação nos preços, enquanto 33% disseram que os presidentes anteriores não têm “nenhuma responsabilidade” com a alta de preços em 2022; neste quesito, Bolsonaro aparece com 26%.

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