Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

A ‘ressurreição’ de Olavo de Carvalho e o boicote ao cinema Belas Artes

Depois de morte do ideólogo das teorias bolsonaristas, documentário sobre a vida do 'filósofo' ressurgiu no cinema esta semana; e tem causado polêmica

Por Felipe Mendes Atualizado em 31 jan 2022, 11h10 - Publicado em 30 jan 2022, 12h20
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Poucas horas após a confirmação da morte do escritor e “guru” do bolsonarismo Olavo de Carvalho, o cineasta Josias Teófilo fez uma ofensiva para recolocar seu documentário sobre a vida do ensaísta no circuito independente de cinema do país. Era manhã da terça-feira, dia 25 de janeiro. Embora Teófilo tenha visto certa resistência de alguns espaços, o empresário André Sturm, diretor do Petra Belas Artes, mostrou-se simpático à iniciativa e resolveu atender ao pedido do cineasta. E assim, desde a última quinta-feira, dia 27, o documentário O Jardim das Aflições figura na programação de um dos principais cinemas de rua de São Paulo. O abrigo ao filme sobre as ideias do filósofo que permeiam o imaginário da chamada extrema-direita brasileira tem rendido ao espaço diversas críticas nas redes sociais e ameaças de boicote por parte de grupos de frequentadores, insatisfeitos com a homenagem prestada à Olavo.

    Alocado em uma das principais salas do espaço, com capacidade para 132 espectadores, o filme não tem recebido um público expressivo. O horário da única sessão diária, às 13h30, acaba atrapalhando o alcance. “Para o horário, o filme tem ido bem. Enquanto o meu tinha recebido 20 pessoas na exibição de reestreia, os outros filmes exibidos no mesmo horário tinham três ou quatro pessoas”, diz o cineasta Josias Teófilo. “Para uma sessão no meio da tarde, isso é ótimo”. Em 2017, ano de seu lançamento no circuito comercial, O Jardim das Aflições atingiu um público de 14.840 espectadores, com receita bruta de 272,7 mil reais. Foi o 43º filme brasileiro mais visto nos cinemas naquele ano.

    Teófilo refuta as tentativas de boicote ao filme e ao cinema, e diz que a “esquerda” teria muito que o agradecer. “Em vez de fazer boicote, eles deviam me agradecer, e bastante. Eu fui uma das pessoas que mais defendi as leis de incentivo dentro deste governo. E eles não sabem reconhecer isso. Ficam tentando me boicotar e atrapalhar o meu trabalho”, responde. Para Sturm, a exibição do título é uma questão de respeito à democracia. “Eu, pessoalmente, não tenho nenhuma simpatia ao Olavo de Carvalho. Mas a gente exibe filmes de qualquer posição, sobre qualquer opinião. Nos últimos quatro anos, o Olavo teve importância para o país, para o bem ou para o mal. Exibi-lo é uma oportunidade para que as pessoas possam conhecê-lo e até criticá-lo com mais propriedade”, diz ele.

    Idealizador de Nem Tudo Se Desfaz, documentário que analisa, pelo olhar da ‘direita’, a ascensão de Jair Bolsonaro no país e que foi pivô de polêmica ao receber autorização da Ancine para captar até 530 mil reais, Teófilo afirma que os boicotes só ajudam a fomentar o alcance de seus filmes. “Tem que ter espaço a todo tipo de filme dentro do cinema. É uma questão de democracia, de convivência com o diferente e do debate público”, diz o cineasta, que defende seu objeto de estudo na sequência. “Olavo é uma figura importantíssima para entender a nova direita e o atual momento do país. Se você quer saber quem foi Olavo, assiste ao filme. Ninguém vai se converter a uma seita por causa disso.”

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.