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A vida em tempo real: desconectar para reconectar

O Brasil é, hoje, o segundo país no mundo em uso de celulares, com uma média de mais de nove horas diárias por pessoa

Por Alberto Griselli, CEO TIM Brasil
Atualizado em 20 dez 2024, 12h19 - Publicado em 20 dez 2024, 12h18

À medida que 2024 chega ao fim, somos levados a refletir sobre como os dias parecem passar cada vez mais rápido. O tempo é a nossa única riqueza universal – compartilhada por todos de forma simultânea. Mas ele parece escorrer pelos dedos em um mundo que nunca desacelera. Essa sensação é amplificada pela constante conexão digital, que insiste em nos impedir de pausar: o Brasil é, hoje, o segundo país no mundo em uso de celulares, com uma média de mais de nove horas diárias por pessoa, atrás apenas da África do Sul.

Nesse cenário que nunca desliga e nos faz acelerar áudios e vídeos o tempo todo, cabe a nós decidir sermos consumidos pela correria ou nos dedicarmos ao que importa de verdade. Estamos realmente presentes nos momentos que definem nossas vidas? Ou estamos apenas passando por eles, distraídos pelo que é urgente, mas irrelevante?

Há um movimento global questionando o excesso do uso das telas, como a proibição de celulares em escolas. Esse debate tem ganhado força ao redor do mundo, com medidas concretas sendo adotadas para limitar o acesso aos dispositivos durante o período escolar.

No Brasil, São Paulo foi o primeiro estado a sancionar uma lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas. É uma medida que se alinha a ações estabelecidas em outros países, como a França, que já proíbe os smartphones em escolas desde 2018, e a China, que desde 2021 exige que dispositivos sejam entregues aos professores durante as aulas. Nos Estados Unidos, estados como a Califórnia também avançam nessa direção, impondo diretrizes para restringir o uso de celulares nas instituições de ensino. 

Essa tendência nos faz refletir sobre como a tecnologia pode ser nossa maior aliada ou nossa maior distração. Afinal, quando usada com propósito, ela pode abrir portas e amplificar possibilidades inimagináveis. Imagine uma comunidade em que a conectividade não é um luxo, mas uma ferramenta para transformar o cotidiano: famílias que têm acesso à educação digital, profissionais que podem explorar oportunidades remotas e vizinhos que se conectam para compartilhar conhecimento.

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Não se trata apenas de inovação, mas de como ela pode facilitar a vida, ampliar horizontes e unir as pessoas. A verdadeira revolução da tecnologia não está no que ela faz por nós, mas no que ela nos permite fazer pelos outros – e por nós mesmos. Quando usada com propósito, ela deixa de ser um ruído para se tornar uma força de conexão, criando espaço para momentos que realmente importam. Imagine: em vez de correr atrás de notificações, você usa a tecnologia para ganhar liberdade.

Empresas inovadoras e líderes visionários também estão desafiando o vício digital ao redefinir a cultura corporativa. Com iniciativas como promover encontros presenciais regulares e políticas que proíbem e-mails fora do expediente ou nas férias, eles promovem conexões humanas reais e rompem com a lógica do “sempre disponível”. Esse movimento é mais do que uma estratégia; é um chamado a colocar as pessoas e suas relações no centro das prioridades, promovendo o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e transformando a rotina em algo mais humano e autêntico.

Ser “inteligente”, hoje, não é acompanhar o ritmo frenético da inteligência artificial e do mundo digital em tempo real. É saber quando parar para viver o tempo real. É escolher desconectar do excesso e se conectar à conversa durante o jantar, ao riso à mesa, à brincadeira no tapete, ao olhar no olho de quem está à sua frente. Não é sobre rejeitar a tecnologia, mas sobre usá-la para ampliar esse tempo que nos conecta de verdade. 

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Imagine que até brincar pode ser disruptivo. Para participar de uma brincadeira, o celular precisa ser abandonado — não por escolha, mas por necessidade, para se tornar a bateria que alimenta um brinquedo interativo que reúne toda a família. Dessa maneira, a tecnologia deixa de ser uma barreira e se transforma para gerar momentos de interação genuína. É a revolução digital colocando o humano no centro, onde ele sempre deveria estar.

Enquanto 2025 se aproxima, o convite que faço é esse: desconectar para conectar. Que usemos a tecnologia sempre, mas para simplificar o que é urgente e abrir tempo para o que é importante a longo prazo. Pause, respire e repense o tempo. Não para fazer mais, mas para fazer melhor. Não para seguir o fluxo, mas para criar momentos que valem a pena. 

Que possamos ser exemplos de como a inovação pode transformar vidas e lembrar que a verdadeira conexão é aquela que nos une e traz significado.

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Afinal, o tempo não é apenas algo que temos, mas que compartilhamos. Que possamos fazer dele o nosso maior presente. Pois a escolha de como usamos nosso tempo é o que pode transformar nossas vidas e as de quem está ao nosso redor. 

Alberto Griselli, CEO da TIM
Alberto Griselli, CEO da TIM (./Divulgação)

 

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