Abilio Diniz marca reunião para discutir sua destituição da BRF
Acionistas pediram que o conselho de administração convoque uma assembleia extraordinária para tratar da troca de seus membros
O presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, convocou para a próxima segunda-feira uma reunião do colegiado da maior exportadora de carne de frango do mundo, atendendo à solicitação dos acionistas Petros e Previ, mas criticou a postura dos fundos de pensão.
No último domingo, a Petros informou que, em conjunto com outros acionistas da BRF, pediu que o conselho de administração convoque uma assembleia-geral extraordinária para deliberar sobre a destituição de todos os seus membros.
No comunicado à imprensa nesta segunda-feira, Diniz disse que entende a posição dos fundos e compartilha “da insatisfação de todos os acionistas com os resultados da empresa”. No entanto, o empresário afirmou discordar das ações dos fundos, de sua forma e do momento em que estão se manifestando.
“Introduzir um assunto tão relevante como esse anonimamente, via imprensa, e só depois enviar comunicado formal à empresa não obedece às melhores práticas de governança e transparência. Além disso, não houve espaço para o diálogo, tampouco preocupação com os interesses da BRF e responsabilidade de seus dirigentes”, disse Diniz em seu comunicado.
A BRF divulgou na semana passada que encerrou o quarto trimestre com prejuízo de 784 milhões de reais, ampliando a perda, em 2017, para 1,1 bilhão.
Diniz destacou no comunicado que a BRF montou nos últimos meses uma diretoria executiva “de excelência reconhecida” e que essa equipe construiu um plano de ação “aprovado e elogiado” pelo conselho em 22 de fevereiro. “Mas não foi sequer dada a chance aos acionistas de conhecerem o novo plano, que deveria ser detalhado no BRF Day nos dias 7 e 8 de março.”
Na sexta-feira, em teleconferência após os resultados do quarto trimestre, Diniz afirmou que a BRF precisa recuperar sua credibilidade junto aos investidores, conseguindo transmitir com clareza números que possam dar previsibilidade aos seus resultados.
Na ocasião, o novo presidente executivo da BRF, José Aurélio Drummond Jr, afirmou que a companhia tem o objetivo de obter economias de custos de “pelo menos” 300 milhões de reais por ano, e o diretor financeiro, Lorival Nogueira Luz Júnior, disse que a empresa vai encerrar 2018 com alavancagem abaixo de três vezes e que vai alongar sua dívida de “forma substancial” neste ano.
A Petros é a maior acionista da BRF, com participação de 11,41% na empresa. A Previ tem 10,66%; a Tarpon, 7,26%; e Standard Life Aberdeen, 5,02%.