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Acciona: Depois da Lava-Jato, uma nova protagonista

Empresa avança no espaço deixado pelas empreiteiras nacionais, impulsionada por controle de custos, eficiência operacional e atuação em diferentes frentes

Por Pedro Gil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 out 2025, 06h00

Presente no Brasil desde 1997, a espanhola Acciona passou anos ofuscada por gigantes nacionais como OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez. O cenário mudou após a Operação Lava-Jato, deflagrada em 2014, que revelou um esquema de corrupção envolvendo políticos e grandes empreiteiras. No epicentro das investigações, as construtoras brasileiras, antes dominantes, encolheram ou desapareceram, deixando um vácuo no setor. A Acciona aproveitou a brecha e expandiu seus investimentos, conquistando espaço em projetos estratégicos e ampliando sua participação em concessões públicas. “O Brasil precisa de empresas fortes para enfrentar o desafio da infraestrutura”, diz André De Angelo, presidente da Acciona no país.

A virada aconteceu em 2020, com a concessão da Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo, um projeto de 19 bilhões de reais que posicionou a Acciona entre as maiores empresas de infraestrutura do país. Herdada da Odebrecht, a obra se tornou um marco na trajetória da companhia espanhola no Brasil. Com 15 quilômetros de extensão e quinze estações, a linha beneficiará 630 000 passageiros por dia e deve se tornar um dos principais eixos de mobilidade da capital paulista. A entrega parcial está prevista para outubro de 2026 e a conclusão total, para 2027. O contrato inclui a operação da linha por vinte anos e já há negociações para uma extensão com seis novas estações, que poderão adicionar 200 000 usuários ao fluxo da Linha 6.

O presidente André De Angelo: “O Brasil precisa de empresas fortes”
O presidente André De Angelo: “O Brasil precisa de empresas fortes” (André De Angelo/Divulgação)

A empresa também avalia participar do projeto do Centro Administrativo Campos Elíseos, que prevê a construção da nova sede do governo do estado de São Paulo, com investimento estimado em 6 bilhões de reais. O empreendimento, considerado uma das maiores parcerias público-privadas em gestação no estado, deverá reunir secretarias e órgãos estaduais hoje espalhados pela capital, gerando ganhos de eficiência e redução de custos administrativos. “Estamos sempre atentos às oportunidades que se alinham à nossa estratégia de crescimento”, afirma André De Angelo.

O setor de infraestrutura vive um período de vitalidade no Brasil. Em 2024, movimentou 260 bilhões de reais e deve ultrapassar 300 bilhões em 2025 — sendo 80% desse montante proveniente da iniciativa privada. O avanço reflete um ambiente mais previsível e profissionalizado, resultado de melhorias regulatórias e da consolidação de modelos de concessões e PPPs. “O país estruturou projetos, amadureceu contratos e criou segurança jurídica. Isso atrai investidores e garante continuidade aos investimentos”, afirma De Angelo.

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A Acciona atua em áreas da infraestrutura, como saneamento, mobilidade urbana e energia. Em 2024, faturou 3,78 bilhões de reais e lucrou 365 milhões no país. “A Acciona é uma empresa global verticalizada, ou seja, atua na obra, na operação e na manutenção. Assim ela otimiza custos”, diz Marcus Quintella, professor da FGV Transportes. Entre os projetos de destaque estão o Terminal 2 do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, e a transformação da antiga Estação Ferroviária Júlio Prestes na Sala São Paulo, reconhecida pelo jornal britânico The Guardian como uma das melhores salas de concerto do mundo. A diversificação amplia a relevância da companhia no país e demonstra a sua capacidade de se adaptar a diferentes contextos e demandas do setor.

Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19

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