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Acordo com UE começa a influenciar investimentos agora, dizem montadoras

Segundo presidente da Anfavea, Brasil vai precisar resolver rapidamente problemas históricos se quiser usufruir das negociações entre os dois blocos

Por da Redação
4 jul 2019, 20h00
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  • O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou nesta quinta-feira, 4, que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, embora só entre em vigor daqui a dois ou três anos e conte com um período de 15 anos de transição até chegar ao livre comércio, deve começar a influenciar agora os investimentos das montadoras.

    “Quando as montadoras planejam seus investimentos, elas levam em consideração ciclos de oito, dez anos. Então, com esse novo cenário, incluindo o acordo, as empresas vão decidir onde e como alocar seus acordos. Sendo assim, o acordo já começa a influenciar agora”, explicou o executivo.

    Moraes disse que o acordo não vai afetar somente o quadro de importações, mas também o de exportações. “Estamos considerando a hipótese firme de também exportar (para a União Europeia), mas, para isso, temos de atacar a competitividade, a corrida contra o tempo começou. Antes falávamos em competitividade, mas não tinha data, agora tem”, disse.

    Para ele, o Brasil precisa resolver rapidamente problemas históricos que atravancam o desenvolvimento da indústria se quiser usufruir das oportunidades, e não apenas dos riscos, do acordo de livre comércio assinado na semana passada. “O acordo é positivo para o país. Traz riscos, mas também traz oportunidades. Para jogarmos o jogo global, temos que ter eficiência na economia como um todo. Isso é imprescindível para capturarmos as oportunidades”, disse o executivo.

    Uma vez ratificado, o acordo prevê que o setor automotivo brasileiro terá 15 anos para zerar tarifas de importação, hoje em 35% no caso de veículos. A queda se dará gradualmente e, durante os sete primeiros anos, o setor conviverá com regime de cotas em que até 50 mil veículos por ano poderão ser exportados pela UE para o Mercosul sem tarifas. A partir do oitavo ano, o regime de cotas acaba e o imposto de importação no Brasil cairá a 28,5%, recuando até zero a partir do 16º ano de vigência do pacto. Do outro lado, as exportações brasileiras de veículos para a UE, segundo a Anfavea, sofrem atualmente taxação de 10% a 22%, enquanto autopeças pagam entre 2,5% e 4,5%. Após o acordo, essas tarifas serão zeradas.

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    Produção e venda cresceram no semestre

    A Anfavea divulgou os dados do semestre, período em que os licenciamentos acumulam crescimento de 12,1% sobre o mesmo período de 2018, para 1,31 milhão de unidades. A produção foi de 1,47 milhão de veículos, com aumento de 2,8% sobre os seis primeiros meses do ano passado.

    Em junho, a produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus somou 233,1 mil unidades, novamente atingida por queda nas exportações de veículos montados, que recuaram 4,3% ante maio e 38% sobre junho de 2018. As vendas de veículos novos em junho caíram 9,1% na relação mensal, mas subiram 10,5% sobre um ano antes.

    (Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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