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Acordo da Eletrobras com Lula é positivo, dizem analistas, e ações sobem com força

Para analistas, acordo anunciado nesta sexta-feira, 28, elimina duas grandes incertezas que pressionavam as ações da Eletrobras

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 fev 2025, 17h59 - Publicado em 28 fev 2025, 17h57

Anunciado na manhã desta sexta-feira 28, o acordo fechado entre a Eletrobras e o governo Lula para ampliar o número de assentos da União em seu conselho de administração é positivo, segundo analistas de mercado que se manifestaram ao longo do dia. Os investidores também parecem concordar, a julgar pela forte alta das ações da companhia neste pregão. Por volta das 17h40, os papéis ordinários (ELET3) subiam 2,87% e eram cotados a 38,32 reais. Já as ações preferenciais classe B (ELET6) avançavam 1,96% para os 42,08 reais.

Em linhas gerais, o que mais agradou os analistas foi que o acordo eliminar duas incertezas que aumentavam consideravelmente o risco de se investir nas ações da concessionária de energia, a ponto de serem descartadas por muitos gestores. “Há anos temos recebido comentários de que a Eletrobras é um nome difícil de investir”, afirma o BTG Pactual em relatório enviado a clientes e assinado pelos analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken, Maria Resende e Luís Mollo. “Isso é algo que ouvimos de investidores estrangeiros, bem como de muitos fundos de ações nacionais (long-only).”

A primeira incerteza eliminada pelo acordo é a governança da Eletrobras. Privatizada pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2022 por meio da pulverização de seu capital na Bolsa brasileira, transformando-a numa companhia sem controlador definido, a Eletrobras ainda tem 40% de seu capital em mãos da União. Desde a campanha eleitoral, o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva contestava a privatização e o peso do governo federal em seu comando. Apesar da grande participação acionária, a União contava com apenas um assento no conselho de administração composto por nove membros.

O acordo eleva o número de representantes da União para três, mas, para evitar uma influência desproporcional do governo nos rumos da empresa, o número total de cadeiras subiu para dez. A decisão foi bem vista pelos analistas Daniel Travitzky, Carolina Carneiro e Mario Wobeto, do Banco Safra. “Mesmo com o novo formato, os acionistas minoritários continuarão detendo a maioria das cadeiras do conselho”, afirma o trio em relatório enviado aos clientes hoje.

A segunda incerteza que sai de cena é a obrigação de a Eletrobras investir na construção da usina nuclear Angra 3, caso o governo federal decida levar o projeto adiante. A obrigação datava de abril de 2022, antes de a companhia ser privatizada. Naquele mês, ela assinou um acordo de investimentos em Angra 3 com a a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar). Agora, em troca de mais espaço no conselho de administração, o governo concordou em extinguir essa exigência.

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Para apoiar as obras, a Eletrobras emprestará agora emprestará agora 2,4 bilhões de reais à Eletronuclear, responsável pela operação da usinas nucleares brasileiras, por meio da subscrição de títulos de dívida com vencimento em dez anos. Parte dos papéis será convertida em participação acionária da Eletrobras na empresa, caso algumas cláusulas do acordo sejam cumpridas. Como garantia pelos papéis, a Eletronuclear dará os recebíveis de Angra 1.

“Vemos o comprometimento com a nova dívida como neutra, dado que Angra 1 é uma planta de energia já em operação, plenamente funcional, com tarifas já estabelecidas e margens decentes”, afirma o BTG Pactual.

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