Os aeronautas do país poderão suspender os voos com destino a Brasília (DF) na próxima semana para atrapalhar as votações no Congresso das reformas trabalhista e da Previdência. O plano é impedir que os parlamentares voltem para Brasília na próxima semana para votar reformas enviadas pelo governo Michel Temer.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Rodrigo Spader, esse tipo de paralisação poderá ser uma das estratégias adotadas pelo movimento. “Essa é uma possibilidade. A greve é o último instrumento, não queremos parar o país inteiro, mas parando Brasília daríamos um recado de que as reformas necessitam de mais diálogos com a sociedade”, diz Spader. A votação da reforma da Previdência na comissão especial está prevista para a semana que vem.
Já a reforma trabalhista deve ser votada na Câmara ainda nesta quarta-feira (26) e, se aprovada, seguir para o Senado, onde começará a ser discutida. Centrais sindicais e movimentos sociais convocaram para esta sexta-feira uma greve geral contra as duas reformas do governo Temer.
Segundo o presidente do SNA, outra possibilidade é paralisar todos os voos do país. A estratégia, porém, deverá ser votada em assembleias na quinta-feira (27), realizadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Campinas.
“As estratégias [de greve] ainda estão sendo desenvolvidas, o formato ainda não está fechado e a decisão será tomada nas assembleias”, afirma Spader.
Aeroportos
Além de Brasília, os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Congonhas, em São Paulo, deverão ter paralisações das atividades dos funcionários que trabalham nos locais.
Os aeroviários de Guarulhos decidiram na última segunda-feira aderir à convocação das centrais sindicais. A categoria abrange os profissionais das empresas aéreas que trabalham em funções como check-in, auxiliar de serviços gerais, mecânicos de pista.
Os aeroviários do estado, entre os quais estão os que trabalham em Congonhas, também vão parar na sexta-feira, segundo decisão da categoria em assembleia na última terça-feira. A recomendação é de interrupção de 100% das atividades.