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Além do salmão e do vinho: Chile mira expansão no Brasil

Comércio bilateral cresceu quase 50% e Chile aposta em diversificação para conquistar novos mercados no Brasil

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 Maio 2025, 12h34

Principal destino latino-americano do salmão e da truta do Chile, o Brasil importou 247 milhões de dólares desses produtos no primeiro trimestre de 2025. Embora o aumento em relação ao mesmo período do ano passado tenha sido modesto — alta de 0,6% —, a venda de salmão, carro-chefe das exportações chilenas ao mercado brasileiro, avança a uma taxa constante de 10% ao ano. Os dados foram obtidos por VEJA junto ao ProChile, órgão do Ministério das Relações Exteriores do Chile responsável pela promoção comercial do país no Brasil.

“Hoje, praticamente, 47% de nossas importações do Brasil são alimentos. O país também é o principal destino da América Latina para os nossos vinhos”, diz Hugo Corales, diretor comercial do ProChile no Brasil.

No primeiro trimestre, outros segmentos da pauta exportadora chilena também registraram crescimento expressivo. As vendas de leite em pó, soro de leite e queijos mozzarella e gouda cresceram 137,8%, alcançando 11,49 milhões de dólares. No setor de carnes — ovinas, suínas e de aves —, o aumento foi ainda mais acentuado: 202,4%, com embarques somando 2,48 milhões de dólares. Já as exportações de sucos de frutas convencionais e orgânicos mais do que triplicaram, atingindo 1,30 milhão de dólares.

À frente do ProChile no país, Corales tem como prioridade expandir a variedade de produtos chilenos disponíveis no mercado brasileiro. “O Brasil é estratégico para o Chile. A proximidade e a logística entre os dois países é muito boa”, afirma.

Uma das apostas do órgão é ampliar a presença de empresas chilenas fora da região Sudeste, fortalecendo o acesso aos supermercados regionais. Essa estratégia será colocada em prática na próxima semana, durante a APAS Show, maior feira de alimentos e bebidas das Américas e o maior evento supermercadista do mundo, que ocorre entre os dias 12 e 15 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo.

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“A APAS é uma feira-chave para fazer essa aproximação com outras regiões do Brasil. E é uma boa oportunidade de fazer essa conexão com cadeias novas regionais de Salvador, Nordeste e Sul do Brasil, que participam da APAS, que estão procurando também uma oferta nova”, diz Corales.

Acordo bilateral

O estreitamento das relações comerciais entre Brasil e Chile tem sido impulsionado por um acordo bilateral de livre comércio em vigor desde janeiro de 2022. Para Corales, o tratado marca um salto de qualidade nas trocas entre os dois países. “Esse é um acordo de nova geração. Não só zeramos as tarifas, mas incluímos disciplinas modernas, como compras públicas, telecomunicações e investimentos. É um acordo que dá segurança jurídica e trata o empresário brasileiro no Chile como um chileno”, afirma.

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O pacto também prevê a eliminação de tarifas de roaming internacional na área de telecomunicações, mecanismos de solução de controvérsias e a criação de uma comissão administradora dedicada à transparência e à eficiência na aplicação das regras.

Os resultados já aparecem nas estatísticas. “Se compararmos o comércio bilateral de 2019 a 2024, o crescimento foi de quase 50%, saltando de 8,68 bilhões de dólares para 12,94 bilhões”, diz Corales. No setor de serviços, o avanço foi ainda mais robusto: “Passou de 25 milhões para 53 milhões no mesmo período, uma alta de 112%”, afirma.

Para ele, o acordo tem sido decisivo no fortalecimento dos laços econômicos. “É uma base sólida. E essa base é um bom acordo. Ganha o Chile, ganha o Brasil.”

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