Aliada de Trump no negacionismo climático, Itália apoiará biocombustíveis na COP30
Posição conta com o apoio do Brasil; para a premiê italiana Giorgia Meloni, carros elétricos não devem ser a única opção para reduzir os combustíveis fósseis
A delegação que a Itália enviará à COP30, que ocorre neste mês em Belém (PA), defenderá o aumento da produção de biocombustíveis em substituição aos derivados de petróleo, a fim de reduzir a emissão de gases do efeito estufa que contribuem para o aquecimento global. A posição está alinhada à da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, uma aliada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando se trata de negacionismo climático. Em declarações recentes, Meloni tachou de “maluquices” as propostas de ambientalistas e criticou os veículos elétricos.
Segundo especialistas, a defesa dos biocombustíveis encampada pelo premiê italiana atende muito mais a interesses comerciais do que ambientais. A estatal italiana de energia Eni é uma grande produtora de combustíveis renováveis na África e, como se pode esperar, tem todo o interesse em abrir novos mercados mundo afora.
A posição italiana, contudo, conta com o apoio do Brasil, um dos grandes produtores globais de biocombustíveis. Em meados de outubro, durante o evento preparatório da COP30, Roma e Brasília se uniram para lançar uma proposta de quadruplicar a produção de combustíveis renováveis até 2035. Há a expectativa de que, durante a COP30, o Japão e a Índia anunciem a adesão à iniciativa que foi batizada de Belém 4X.
Meloni ainda não decidiu se irá à cúpula de líderes da conferência climática, programada para esta quinta, 6, e sexta, 7. Líder da extrema direita italiana, a premiê pode explorar politicamente a sua ausência no evento. Seria mais um sinal das afinidades ideológicas que a unem Trump, que critica duramente os ambientalistas e os cientistas que estudam o aquecimento global. O republicano também não comparecerá à COP30.







